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Dia dos estudantes | Faísca responde ao ministro da educação Milton Ribeiro e à MP 1045

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse nesta segunda-feira, 9, que as universidades brasileiras deveriam ser para poucos. Em entrevista à TV Brasil, Ribeiro defendeu a volta às aulas na educação básica, ironizou a demanda dos professores por vacinação contra a covid-19 e se mostrou, mais uma vez, surpreso com o tamanho da pasta que ele chefia há mais de um ano. Veja resposta da Faísca.

quarta-feira 11 de agosto de 2021 | Edição do dia

Para Ribeiro, os institutos federais, com ensino tecnológico e profissionalizante, serão "a grande vedete" no futuro. Ele disse estar cansado de encontrar motoristas que têm graduação completa "Tem muito engenheiro, advogado, dirigindo Uber porque não consegue a colocação devida, mas, se fosse técnico em informática, estaria empregado porque há demanda muito grande", disse o ministro, invertendo a lógica do problema do desemprego que assola a juventude para dizer que o acesso ao ensino superior público deveria ser ainda menor do que é hoje.

"Então, o futuro são os institutos federais, como é na Alemanha hoje. Na Alemanha, são poucos os que fazem universidade. A universidade, na verdade, deveria ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade", completou Ribeiro. Ainda segundo o ministro, metade das vagas nas universidades é destinada a cotas e a outra parte vai para os "alunos melhor preparados". "Eu acho justo, considerando que os pais desses meninos tidos como ’filhinhos de papai’ são aqueles que pagam os impostos do Brasil, que sustentam bem ou mal a universidade pública. Não podem ser penalizados."

Essa declaração elitista e racista deixa escancarado o projeto de sociedade do governo Bolsonaro e Mourão, que junto da Câmara e do Judiciário avançam com a privatização dos Correios, com a escandalosa MP 1045 que permite a contratação de jovens sem vínculo trabalhista, sem férias, FGTS ou 13°, para corresponder ao país das reformas, do trabalho precário, da fome e do desemprego, cortando bilhões da educação e faz de tudo para expulsar os filhos da classe trabalhadora e da população pobre da universidade, para garantir que esta só sirva aos lucros dos capitalistas.

Veja mais: Ministro da Educação de Bolsonaro defende que universidade seja ’para poucos’

Neste dia 11 de agosto, Dia dos Estudantes, é preciso retomar a luta do movimento estudantil que sempre chacoalhou o mundo, que foi contra a ditadura militar no Brasil e mesmo sob perseguição conseguiu se organizar contra o regime que hoje o governo Bolsonaro e Mourão se lembra com saudade.

As universidades deveriam ser para todos, com todo o conhecimento produzido a serviço de resolver as grandes mazelas dos trabalhadores e da população, com a revogação dos cortes e da PEC 55 que congela os investimentos em educação e saúde por 20 anos aprovada após o golpe institucional de 2016.

A entrada no ensino superior deveria ser universal, com o fim do filtro social e racial dos vestibulares que deixam todos os anos milhares de pessoas fora das universidades. Para haver vagas a todos que queiram estudar, é preciso se enfrentar com os monopólios da educação privada que afunda a juventude em dívidas em troca de um currículo superficial, avançando para a estatização das universidades sob controle das comunidades universitárias e pelo fim de todas as dívidas.

Veja a declaração de Luno, militante da juventude Faísca e estudante da UFRGS:




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