Reproduzimos aqui declaração de Flávia Valle, professora da rede estadual de ensino de Minas Gerais e dirigente do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, sobre a invasão bolsonarista em Brasília no domingo, 08, e qual resposta devemos dar, defendendo a organização da classe trabalhadora de forma independente dos governos, com uma paralisação nacional e um forte plano de lutas.
segunda-feira 9 de janeiro de 2023 | Edição do dia
Ontem assistimos imagens absurdas do horror bolsonarista reproduzindo um ‘Capitólio brasileiro’ ao invadir Brasília e as sedes dos três poderes, destruindo obras de arte e confraternizando com a polícia que apoiou as manifestações, além da clara conivência do governador do Distrito Federal, o bolsonarista Ibaneis Rocha.
Enquanto professora, o sangue ferve ao ver as imagens da polícia apoiando a invasão bolsonarista. Foi mais uma amostra de como a polícia é inimiga da nossa classe, que nos reprime quando estamos nas ruas para lutar por nossos direitos.
O dia de ontem também foi mais uma amostra da força social bolsonarista que não deixou de existir depois das eleições nacionais. E que, portanto, para estarmos à altura de responder, é preciso mais do que alianças com a direita, como veio apostando Lula e o PT com seu ministro José Múcio que saiu em defesa dos atos bolsonaristas em quartéis como ‘manifestações democráticas’.
Para responder à altura, precisamos usar os métodos da classe trabalhadora, única capaz de fazê-los tremer. É necessário e urgente que as centrais sindicais, como a CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, convoquem desde já os milhões de trabalhadores que dirigem, assim como os partidos políticos de esquerda e os movimentos sociais, construindo um forte plano de lutas para revogar integralmente as reformas e sem anistia para Bolsonaro, os militares e os ataques dos capitalistas.
Imaginem a força de milhões de trabalhadores nas ruas contra o bolsonarismo em uma paralisação nacional. Plano de lutas já! Para demonstrar com a nossa autoorganização independente como não aceitamos ações reacionárias como as de ontem em Brasília, mas que também não vamos entregar nossa confiança e vida nas mãos da direita, do judiciário e demais setores da burguesia que nos últimos anos vieram descarregando a crise sobre as nossas costas. Eles não estão preocupados com nada além de seus interesses, privilégios e lucros, por isso não querem tocar nas reformas trabalhista e da previdência que tanto nos massacra. Somente nossa força organizada será capaz de barrar o bolsonarismo e todos os ataques!
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