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Paralisação | "Fomos recebidas tendo que trabalhar como escravo" diz trabalhadora terceirizada da Unicamp

"Fomos recebida já tendo que trabalhar com trabalho escravo, lavar chão, lavar parede, tem um relatório que diz que temos que lavar até o teto, mas nao tem escada e nem corda… e o assédio moral é muito forte, se faltamos no ponto facultativo a gente recebe uma advertência e não sabemos como será daqui pra frente..." foi o relato de uma trabalhadora terceirizada que hoje está paralisando suas atividades na Unicamp de Limeira.

quarta-feira 16 de novembro de 2022 | Edição do dia

Nessa quarta, 16, o bandejão da Unicamp de Limeira amanheceu totalmente paralisado pelas trabalhadoras terceirizadas e os estudantes que reivindicam a manutenção dos emprego, direitos, e se colocam contra a precarização e o assédio moral, já que são inúmeros relatos de sobrecarga, assédio, e vimos em setembro uma trabalhadora, Cleide, ter um mal súbito e morrer no meio do trabalho.

Uma das trabalhadoras que hoje está paralisada relatou ao esquerda diário:

"Fomos recebida já tendo que trabalhar com trabalho escravo, lavar chão, lavar parede, tem um relatório que diz que temos que lavar até o teto, mas nao tem escada e nem corda… e o assédio moral é muito forte, se faltamos no ponto facultativo a gente recebe uma advertência e não sabemos como será daqui pra frente..." foi o relato de uma trabalhadora terceirizada que hoje está paralisando suas atividades na Unicamp de Limeira.

Outra trabalhadora também contou sobre um acidente de trabalho que ela teve graças a falta de EPIs adequados e como não teve o atendimento adequado, mesmo quando Cleide teve o mal súbito.

"Eu prendi o dedo nas caixas térmicas que colocamos a comida para mandar pra fora, quando eu fui travar meu dedo tava travado, se eu tivesse com a luva laranja mais grossa, não tinha machucado, mas essa luva está em falta... na hora senti como se tivesse cortado um pouco do dedo, eu fui pro médico e fiquei afastado, quando voltei fui ajudar no salão escorreguei e levei um tombo, de costas, eu to toda travada de dor... vou falar pra você que não é fácil, nem vieram saber se tinha sido grave meu acidente, quem me levou no médico foi uma trabalhadora do estoque, da equipe ninguém veio se preocupar, a única coisa que estavam preocupados é se tinha contaminado a caixa... é incrível uma faculdade e não ter nada, nem ambulância, a gente ter que procurar uma UPA... no dia que a Cleide caiu, demorou para chegar uma ambulância".

É escandaloso o relato das trabalhadoras. É assim que é o cotidiano de centenas de mulheres negras na Unicamp de excelência, que a reitoria de Tom Zé e os governadores gostam de propagandear, escondendo que é nessa universidade que mulheres como a Cleide chegam a deixar suas vidas vítimas da precarização do trabalho, do machismo e do racismo. É preciso fortalecer o caminho da paralisação de hoje na Unicamp e lutar pelo fim da terceirização, sem ncessidade de concurso público! Cleide Presente!




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