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BH: Metrô | Fortalecer a luta de metroviários para derrotar a privatização de Zema e Bolsonaro

O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais determinou a paralisação do processo de Leilão do Metrô de Belo Horizonte, uma importante conquista da luta dos metroviários. Mas o ataque segue em curso, e hoje haverá manifestação da categoria às 16h na praça da Estação. Todo apoio!

MaréProfessora designada na rede estadual de MG

quarta-feira 30 de novembro de 2022 | Edição do dia

Na semana passada, o TCMG determinou que o governo de MG e a CBTU-MG não deve tomar nenhuma medida de privatização do metrô, dando um prazo de cinco dias úteis para a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade do Estado de MG para dar explicações sobre a privatização. A única explicação possível é a política dos governos Zema e Bolsonaro de priorizar o lucro de alguns capitalistas em detrimento dos empregos e direitos dos metroviários e da prestação de um bom serviço à população, uma das cláusulas pétreas do plano econômico do golpe institucional de 2016.

Zema, amigo das mineradoras, e Bolsonaro, que é fruto do golpe de 2016 e fez demagogias nojentas nessas eleições denunciando a falta de linhas de metrô em BH, já produziram, com o seu plano neoliberal e privatista, o aumento da tarifa de R$1,80 para R$4,50 nos últimos anos. A CBTU chegou ao absurdo de negar o passe livre para a população ir votar no último 30 de Outubro, se assemelhando à Polícia Rodoviária Federal bolsonarista tentando impedir os nordestinos de votar. Mas todas as medidas privatistas sempre foram enfrentadas pela força ferrenha dos trabalhadores do metrô em incontáveis lutas e greves.

E, como não poderia deixar de ser nesse regime degradado, não foram só os governos federal e estadual que se prontificaram em atacar os trabalhadores e a população. Esse processo de privatização começou com aprovação no Congresso Nacional e contou com a arbitrariedade do judiciário condenando as greves dos metroviários à ilegalidade em toda oportunidade.

É muito claro, vendo a trajetória da luta dos metroviários de BH, que as instituições do regime servem apenas aos interesses dos grandes empresários que querem ter o metrô nas suas mãos para lucrar mais ainda. Eles nunca ligaram para a condição de trabalho dos trabalhadores do metrô ou mesmo para a qualidade do transporte para a população. É por isso que a nossa classe tem que confiar em suas próprias forças para conquistar cada uma de suas demandas, buscando independência inclusive do governo eleito, que se aliou com partidos burgueses e já afirmou que não vai retroceder com as reformas e privatizações do regime do golpe.

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É um absurdo passar a CBTU para as mãos de empresas privadas. O transporte público não deve ser uma mercadoria, não podemos fazer com que ele sirva ao lucro de grandes empresas. A continuidade do serviço deve ser assegurada garantindo-se, além da qualidade no transporte, uma tarifa acessível aos usuários e uma boa condição de trabalho para os funcionários.

É importante lembrar o legado dos governos do PT, que preparou o terreno para diversas privatizações, além de que com suas alianças com a direita abriu espaço para o golpe institucional que foi feito para aprofundar os ataques. Mas, além disso, em todas as lutas dos metroviários de BH, as grandes centrais sindicais dirigidas pelo PT e pelo PCdoB fecharam os olhos, e nenhuma medida de solidariedade e fortalecimento dessas lutas foi feita. Houve um momento esse ano, inclusive, que ao mesmo tempo havia greve de metroviários, da educação municipal de BH e da educação estadual de MG e que por iniciativa da linha de frente de cada uma dessas greve ocorreu um ato unificado. Qual foi a política do PT na direção dos maiores sindicatos e entidades estudantis do país? Confiar no judiciário que é inimigo declarado dos metroviários, e esperar as eleições que, como vimos, não derrotou a extrema direita e nem os ataques.

Como disse a professora Flavia Valle, militante do MRT, é preciso derrotar completamente a privatização do metrô, e para isso é necessário um plano de lutas:

Por isso damos nosso completo apoio a mais essa luta dos metroviários, chamamos os sindicatos e entidades estudantis a apoiar ativamente como parte de uma só luta pela revogação das reformas, dos cortes na educação, contra a extrema direita e as expressões reacionárias, como o ataque nazista em uma escola de Contagem, e por serviços públicos como o metrô que sejam 100% públicos e estatais, sob gestão dos trabalhadores e usuários.

Leia também: As disputas pela política econômica do governo Lula




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