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Eleições 2022 | Fruto do golpe de 2016, Bolsonaro, militares e judiciário são 70% dos indicados a fiscal das urnas

Bolsonaro, que desde o começo de sua campanha discursou contra a legitimidade das urnas eletrônicas, fortalecendo seu discurso golpista, conta com 70% de indicados para fiscalização do processo eleitoral.

quarta-feira 13 de julho de 2022 | Edição do dia

Foto: @DefesaGovBr no Twitter

O Ministério da Justiça, sob a liderança do General Paulo Sérgio, Forças Armadas e o Partido Liberal (PL) de Bolsonaro, juntos já indicaram 28 dos 40 nomes indicados para a fiscalização do processo eleitoral.

A retórica golpista que se inicia com o golpe de 2016, vem legitimando posturas autoritárias, da própria justiça, como por exemplo a prisão arbitrária de Lula em 2018, ou fortalecendo o discurso golpista de Bolsonaro aliado aos militares, quando o próprio General Paulo Sérgio agradece Edson Fachin (presidente do TSE) pela parceria nas eleições, além, é claro, de ter possibilitado o maior número de militares no poder desde a ditadura, que se iniciam no governo golpista de Michel Temer e tomam enormes proporções no governo do reacionário Bolsonaro.

Não é nenhum segredo que as eleições burguesas não são nada democráticas, toda uma burocracia que impede que trabalhadores comuns se candidatem e fortalece o aparato de partidos históricos que ao longo do período pós ditadura foram os responsáveis pelo aumento da carestia de vida da população pobre, pelos genocídios nas favelas e repressões contra estudantes e professores.

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O discurso golpista de Bolsonaro e dos militares está longe de reivindicar qualquer tipo de democracia, mas sim de fortalecer o próprio controle desses setores sobre as eleições, o fato de estarem lado a lado com o TSE não é também nenhuma grande surpresa, pois esses atores do regime político, podem até ter suas diferenças de programa, mas estão sempre unidos para garantir que sejam os trabalhadores a pagarem pela crise.

A enorme participação de setores ligados ao bolsonarismo no processo eleitoral escancaram não só toda a hipocrisia em torno do discurso da legitimidade das eleições, mas também mostra mais uma vez que os diversos setores do regime entre eles o judiciário estão lado a lado com qualquer política que fortaleça seus privilégios. Não à toa a mesma justiça que manipulou as eleições de 2018 com a prisão arbitrária de Lula, libertou o ex-presidente, o tornou elegível novamente e está fazendo acordos com Bolsonaro e os militares.

Enfrentar Bolsonaro, militares e o Judiciário não se dará em aliança com a direita, a mesma direita que articulou o golpe institucional e que pode ter sido “perdoada” por Lula, mas jamais será esquecida pelos que até hoje pagam o custo do golpe, os que passam fome, os que trabalham para receber metade e pagar o triplo, a juventude que não vai se aposentar, os mortos nas chacinas policiais. Enfrentar esses setores de forma definitiva só se dará nas ruas, com os métodos dos trabalhadores, na luta de classes, com uma saída de independência de classe.

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