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Porto Alegre | Gestão da Carris impõe represália a rodoviário que denunciou precarização da empresa

Colegas da companhia Carris informaram ao Esquerda Diário que o motorista Felipe Suteles, cuja denúncia sobre o sucateamento da empresa pública de transporte de Porto Alegre reproduzimos na semana passada, foi punido pela diretoria ligada à prefeitura de Melo (MDB) com uma pena de 8 dias de suspensão. Uma clara censura e assédio moral ao trabalhador rodoviário que deve ser amplamente repudiada.

sexta-feira 10 de fevereiro de 2023 | 14:08

Na semana passada, reproduzimos aqui as denúncias do motorista Felipe Suteles, da companhia de transporte público porto-alegrense Carris, onde relatava o cenário catastrófico vivenciado todos os dias pelos rodoviários e pelos passageiros, fruto do descaso privatista dos governos Marchezan (PSDB) e Melo (MDB). Nossa redação recebeu ontem, dia 09/02/2023, por meio de funcionários da Companhia Carris, a informação que o motorista foi retaliado com suspensão de oito dias pela diretoria da empresa, ligada à prefeitura. Isso configura clara censura e assédio moral ao trabalhador rodoviário, por ter denunciado o sucateamento da companhia, o descaso com a população que utiliza o transporte público, a pressão psicológica e os riscos à saúde e até mesmo à vida que os motoristas, cobradores e usuários do transporte público correm diariamente por conta desse descaso.

Para manter sua política de garantir os lucros aos barões do transporte de Porto Alegre, o prefeito Melo tenta silenciar trabalhadores que tem a coragem de denunciar para a população as reais condições de trabalho a que são submetidos os rodoviários da Cia Carris. Falta de ônibus, falta de manutenção, restrição do uso do ar-condicionado, acarretando falta de horários, ônibus superlotados e falta de segurança nas viagens. Tudo para justificar sua política de despejar dinheiro público nas contas dos empresários das privadas, que pretendem dominar o transporte de Porto Alegre com a extinção da Carris.

Nossa equipe entrou em contato com Felipe Suteles, que foi também delegado sindical durante o governo Marquezan e fez várias denúncias na época. O mesmo não negou que foi cruelmente punido por sua coragem em denunciar a situação precária que vivem os funcionários da companhia, mas não quis se pronunciar a respeito por orientação de seu advogado para evitar novas punições.

Devemos exigir do sindicato dos trabalhadores rodoviários uma resposta rápida a essa punição arbitrária, com a unidade de luta dos trabalhadores rodoviários e dos usuários. O único caminho para superar o controle tirano da ATP no transporte de Porto Alegre é a luta por um transporte controlado pelos seus verdadeiros atores: rodoviários, passageiros e estudantes. Essa é a unidade para vencer a máfia dos ônibus em Porto Alegre.




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