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Alta dos alimentos | Grãos sobem mais de 70% no primeiro semestre e podem alavancar ainda mais o preço da carne

Segundo análise do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) a alta dos grãos como soja e milho, usados como ração, pode elevar os custos de produção da pecuária.

quinta-feira 19 de agosto de 2021 | Edição do dia

Foto: Lucas Pavezi

As commodities mais rentáveis ao agronegócio brasileiro (grãos, carnes e café) tiveram altas expressivas no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Soja (78%), milho (77%) e algodão (75%) chegaram a ter um aumento acima de 70% no mercado interno, ou seja, em seus valores em reais. Arroz (55%) e trigo (40%) também tiveram aumento significativo.

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Em relação aos preços internacionais (em dólares), somente o arroz apresentou queda, de 11%. Os demais produtos apresentaram alta: soja (65,9%), milho (72,3%), trigo (24,4%), algodão (38,1%), boi gordo (18,3%), porco magro (65,3%), carne de frango (24,2%).

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“A alta observada nos grãos deve impactar os custos de produção da pecuária, o que pode influenciar negativamente a oferta dessas commodities e das proteínas animais no país”, considerou a especialista associada do Ipea, Ana Cecília Kreter.

O farelo de soja e o milho viram ração para bovinos, suínos e aves.

“As altas de preços agropecuários no Brasil resultaram de uma combinação de fatores como a crise hidrológica, as significativas altas de preços internacionais e desvalorização cambial”, avaliou o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Castro de Souza Júnior.

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O agronegócio brasileiro teve lucros exorbitantes no último período e estima-se uma projeção de aumento de 15,8% do faturamento deste ano em relação a 2020: sendo R$1,142 trilhão! O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de soja, açúcar, carne bovina, carne avícola, café e está entre os maiores produtores mundiais de carne suína, milho e algodão. Inimaginável a quantidade de comida que poderia ser garantida para as famílias de baixa renda que se esganam em filas para conseguirem osso. É preciso batalhar para impor um plano emergencial de combate à fome, lutando pelo congelamento dos preços dos alimentos e insumos básicos, para enfrentar de forma mais profunda, atacando os lucros do agronegócio e dos capitalistas. Pelo confisco e distribuição de todos os estoques do agronegócio, sem indenização. Junto disso, é essencial a luta por um auxílio emergencial de pelo menos um salário-mínimo que chegue para todos os que precisem. É essencial que as centrais sindicais rompam sua paralisia e preparem de fato uma greve geral para colocar a classe trabalhadora urbana e rural no centro da luta de classes nacionalmente, para enfrentar a fome, o desemprego e a pandemia com seus métodos de luta!

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