Joe Albornoz, de 18 anos, morreu por disparos quando se encontrava em um protesto contra a falta de combustível em Isla de Toas, no estado de Zulia no noroeste do país, por mãos de guarda-costas pertencentes a Guarda Nacional Bolivariana. Albornoz se soma a lista de jovens assassinados em protestos por clamores populares frente às calamidades que vive o povo trabalhador venezuelano.
segunda-feira 20 de julho de 2020 | Edição do dia
A organização de direitos humanos Provea denunciou através de sua conta no Twitter que Albornoz se "soma lamentavelmente a lista de pessoas assassinadas pelo uso de armas de fogo no controle de protestos e pelos altos níveis de impunidade que favorece a repetição de tais ações repressivas letais".
Este caso "eleva para três o número de pessoas assassinadas no contexto dos protestos de 2020", explicou Provea ao recordar que em 23 de abril "foi assassinado" outro manifestante no estado Bolívar (Sul) e em maio outro homem morreu quando protestava contra as falhas elétricas no estado de Mérida (Oeste).
Asesinato de Joel Albornoz hoy en #Protesta en el #Zulia eleva a tres las personas asesinadas en contexto protestas en 2020. El 23 de abril fue asesinado en Upata #Bolivar Charlie Antonio Nuñez y el 04 de mayo Rafael Hernández en #Mérida en protesta contra los apagones.
— PROVEA (@_Provea) July 17, 2020
Ao mesmo tempo o Observatório Venezuelano de Conflitividade Social (OVCS) declarou também pelo Twitter: Condenamos o assassinato do pescador Joe Luis Albornoz Paz durante um protesto por gasolina em Isla de Toas, município de Almirante Padilla do estado de Zulia. Testemunhas responsabilizam a funcionários da Guarda Costeira.
Condenamos el asesinato del pescador Joe Luis Albornoz Paz (18) durante una protesta por gasolina en la Isla de Toas, municipio Almirante Padilla del estado Zulia. Testigos responsabilizan a funcionarios de la Guardia Costera. Exigimos justicia. pic.twitter.com/x3mY1jZB5F
— Observatorio de Conflictos (@OVCSocial) July 17, 2020
Os pescadores desta localidade insular de Zulia começaram a protestar, pois já estavam há dias sem combustível, e quando finalmente chegou tinha uma ordem de que se vendesse no máximo 15 litros por pessoa. Uma quantidade que não permite a um pescador ir a mar aberto fazer uma pesca e regressar, em uma população que vive uma situação de miséria, e onde praticamente sua única atividade para o sustento é a pesca.
De acordo com diversos relatos, uma vez começada a manifestação, os uniformados começaram a disparar para dissuadir aos manifestantes e nesta repressão foi ferido Albornoz, que morreu "quase instantaneamente" no local. Todos coincidem e apontam ao colocar como responsável deste fato a funcionários da Guarda Nacional, componente da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).
Represión en Isla Toas, Venezuela, donde fue asesinado el joven pescador Joe Albornoz por exigir gasolina para su lancha y poder trabajar. Albornoz se suma a la lista de jóvenes asesinados en protestas por reclamos populares frente a las calamidades que vive el pueblo trabajador. pic.twitter.com/N1nsp8006s
— Milton D'León (@MiltonDLeon) July 17, 2020
Em declarações para o Esquerda Diário Venezuela, David Rivas, dirigente da juventude Barricada e da Liga de Trabalhadores pelo Socialismo, afirmou que "a realidade miserável que se vive em meio da crise venezuelana da qual tanto o Governo como os empresários são responsáveis, arrebatam a vida de milhares jovens venezuelanos, obrigando-os a migrar ou a sobreexplorar-se no país, ou como neste caso do jovem trabalhador da pesca sendo assassinados por sair a protestar por questões tão elementares como não dispor de gasolina para poder sair a trabalhar". Ao mesmo tempo o dirigente juvenil declarou que "o Governo e o Estado são responsáveis. Exijamos justiça e punição aos responsáveis!".