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13 de Maio | Há 134 anos da abolição no Brasil, Bolsonaro excreta racismo: “pesa mais de sete arrobas?”

Em coletiva ontem no cercadinho, Jair Bolsonaro (PL) perguntou a um de seus apoiadores negros: "Tu pesa o quê? Mais de sete arrobas, né?". Mais um retrato do reacionarismo racista da elite brasileira. Arroba é a unidade de peso usada para gado, fazendo uma clara referência ao período da escravidão, que hoje marca 134 anos de sua abolição formal.

sexta-feira 13 de maio de 2022 | Edição do dia

Após sua piada racista, o presidente comentou sobre um caso de 2017, onde falou algo semelhante. Bolsonaro foi processado por usar a expressão "arrobas" para se referir ao peso corporal de pessoas negras. Na ocasião, Bolsonaro também falou: "não servem nem para procriar", num comício que defendia o fim de reservas para indígenas e quilombolas. Mais tarde vimos no que essa política resultou, com comunidades inteiras sendo queimadas, como ocorreu há algumas semanas no território Yanomami.

O racismo do governo de Bolsonaro e Mourão também expressa diariamente na consolidação dos brutais ataques à classe trabalhadora iniciados a partir do golpe institucional de 2016, como a reforma trabalhista que afeta diretamente os setores terceirizados e na informalidade, de maioria negra e feminina, que laboram em condições precarizadas e sem direitos - a continuidade da escravidão no século XXI.

Neste dia 13 de maio, recordemos que a Abolição não foi um presente da Princesa Isabel, que em sua bondade cortava as amarras da escravidão, e sim fruto da luta de classes levada a cabo pelo povo negro e trabalhadores antirracistas do mundo inteiro. Mesmo após o fim da escravidão formal, esta continua com sua brutal exploração através do racismo como mecanismo chave de dominação, garantidor de lucros exorbitantes em cima das vidas negras. O passado escravista do Brasil não pode ser apagado, como tenta fazer o bolsonarismo, porque negras e negros dese então permanecem penando a desigualdade salarial, a falta de acesso à direitos básicos de moradia, saúde, educação, e continuam sendo perseguidos sistematicamente pela assassina polícia, seja civil, militar ou federal, que sequestra os corpos pretos cotidianamente, aprisionando-os no que é a 3ª maior população prisional do mundo em número total.

Enfrentar esse brutal cenário só é possível com uma política de independência de classe, sem conciliações com a direita racista, diferente do que fizeram os governos petistas colocando as UPPs nas favelas, enviando os militares para cometerem crimes no Haiti ou expandindo a terceirização no país. E não encontraremos saída alguma para os crimes diários contra o povo negro de mãos dadas com o racista Alckmin, responsável pela polícia mais letal de SP, o ladrão de merenda e responsável por Pinheirinho.

Leia mais: O racista Alckmin: Qual é o legado do vice de Lula para com a população negra?

É preciso reviver a tradição de luta dos quilombos, contra a extrema direita e o regime, sem conciliação! Neste 13 de maio onde temos no Brasil um bolsonarismo se recompondo, além de duas instituições golpistas e bonapartistas como o STF e os militares com peso no cenário nacional, devemos nos inspirar na luta irreconciliável dos quilombos e revoltas negras para enfrentar esses setores, seus ataques e a situação de miséria, fome e desemprego que a classe trabalhadora, em especial negra, está sofrendo.




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