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TERCEIRIZADAS SEM RECEBER | Home Bread deve meses de salário de merendeiras terceirizadas de escolas do RJ

Diversas denúncias, enviadas ao Esquerda Diário por trabalhadoras terceirizadas de escolas Estaduais do Rio de Janeiro, apontam a situação desesperadora na qual vivem as contratadas pela empresa Home Bread, que presta serviços para o Estado. Além de atrasar meses de um salário que, após os descontos, termina menor que o mínimo, empresa ainda atrasa cestas básicas.

quinta-feira 20 de maio de 2021 | Edição do dia

Desde ontem, o Esquerda Diário recebeu quase uma dezena de denúncias de merendeiras trabalhando para a Home Bread, empresa que presta serviços ao Estado do Rio de Janeiro. Segundo relatos, a empresa está há meses sem pagar salários. Trabalhadoras relatam, ainda, que ao entrarem em contato com a Seduc, esta afirma já ter feito o repasse. Mesmo os últimos pagamentos recebidos, em fevereiro e março, vieram parcelados. Duas trabalhadoras denunciam, ainda, que até hoje só receberam metade das férias.

O caso lembra outra absurdo recentemente denunciado pelo Esquerda Diário, a partir de relatos enviados por trabalhadoras da Agile Corps, que estão trabalhando sem receber em escolas estaduais no Rio

Para se somar ao descaso, trabalhadoras denunciam, ainda, o atraso de três cestas básicas prometidas pela empresa. A Cesta - que consiste em 4 pacotes de arroz, 1 de feijão, 1 de açúcar, 1 de farinha, 1 de café, 2 de biscoitos, 1 de macarrão e 1 de sal, além de 1 garrafa de óleo e um sache extrato de tomate, estando muito aquém do que é determinado pelo DIEESE como uma Cesta Básica de fato - não é entregue há meses pela empresa, que só alega que “estão fazendo pedido”.

Sobre cesta básica - que estamos com 3 atrasadas - quando a gente pergunta sempre respondem que estão fazendo pedido. Mês passado fiquei sem alimento em casa, tive que pedir cesta básica pros outros pro meu filho não ficar sem comida

Trabalhadoras de Duque de Caxias, Belford Roxo e São João de Meriti, denunciam que não é de hoje que a empresa atrasa salários e que o valor em si, mal permite às trabalhadoras se sustentarem

Nossa carteira está como cozinheira e não recebemos nem como ajudante. Salário de 1150, 00. Com desconto, vai pra R$ 981,50

É absolutamente absurda a situação na qual são mantidas essas trabalhadoras. Frente a um agravamento no quadro da pandemia, e em um momento no qual a fome volta a assombrar muitos brasileiros, essas que estão entre as mais precarizadas da linha de frente são forçadas a seguir indo ao trabalho sem ter qualquer certeza de seu direito mais elementar, de receber por seu trabalho.

Só pagaram uma parte das férias, atrasam o bilhete único e cestas básicas. Estamos indo, mas me sinto como uma desempregada

A terceirização, que expressa um aprofundamento agressivo da precarização nas condições de vida e trabalho de nossa classe, pesa especialmente sobre os setores mais oprimidos, principalmente entre mulheres negras. Sucessivos governos no Estado do Rio têm sido promotores entusiastas dessa prática, que barateia seus gastos às custas de manter trabalhadoras em situações cada vez piores, enquanto enriquecem os donos das empresas prestadoras de serviços. É preciso batalhar pela unidade de todos os trabalhadores terceirizados de todas as empresas que passam por cortes de salário, seja no município ou no Estado, junto aos professores, técnicos, e demais trabalhadores da educação, para lutar contra o descaso das empresas e governos de Eduardo Paes e Cláudio Castro!

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