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SAÚDE | Hospitais queimam em todo o país em meio a uma pandemia

Incêndios em hospitais têm sido cada vez mais recorrentes por negligência na manutenção dos sistemas elétricos, além disso não há reformas nos hospitais com estrutura muito antigas, e as equipes das unidades não recebem treinamentos específicos para lidar com a situação, o efeito disso é uma alta preocupante nos números de incêndios em meio a uma pandemia, quando a saúde deveria estar sendo um foco.

sábado 31 de outubro de 2020 | Edição do dia

Imagem: Estadão Conteúdo

Na última semana 4 pessoas morreram em um incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso, e 150 tiveram que ser removidas da unidade, esse caso alerta para problema bastante recorrente em todo o país. Uma pesquisa indicou uma alta de mais de 50% no número de incêndios em hospitais de janeiro a outubro de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior, ao todo foram 54 ocorrências, sendo São Paulo o Estado mais afetado.

O problema é que há uma subnotificação muito grande, e o número registrado pode corresponder a uma porcentagem muito pequena da quantidade real de casos. Os incêndios tendem a ocorrer mais em hospitais com instalações elétricas muito antigas que precisam de modernizações para suportar alguns aparelhos modernos, como os necessários nas UTIs. Há ainda muita conduta irregular como o armazenamento de produtos inflamáveis sem as precauções necessárias.

Esse problema não está centrado em uma má conduta particular da equipe de um ou outro hospital, pois os incêndios têm ocorrido em vários pontos do país, vemos aí um descaso muito profundo do governo com a mínima manutenção dos hospitais já existentes na rede pública de saúde, além da recusa à ampliação do sistema de saúde frente à sobrecarga fruto da pandemia, ao contrário, recentemente foi feita uma tentativa de abrir margem para a privatização do SUS.

Ainda que o problema principal dos incêndios seja a defasagem dos sistemas elétricos, a lotação recorrente da pandemia atua sobrecarregando hospitais já próximos do colapso. O desinteresse em investimento na rede pública de saúde tem por trás o interesse de lucrar cada vez mais com esse serviço essencial, ofertando um atendimento cada vez menos qualitativo para a população. O descaso é tamanho que o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que sequer sabia o que era o SUS.

A saúde é um serviço básico que mostra sua centralidade em momentos de pandemia, e ainda assim se enfrenta uma realidade na qual hospitais pegam fogo por terem instalações antigas ou inadequadas. Durante a pandemia os trabalhadores da saúde lutaram bravamente para garantir o atendimento e o tratamento dos contaminados, muitos trabalhando sem EPIs e até mesmo deixando suas vidas nos hospitais. Mais do que nunca se faz necessária a ampliação do SUS de maneira 100% estatal e sob o controle dos profissionais de saúde e da população, basta de tratarem a saúde como mercadoria!

Fonte: Agência Estado




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