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Hotel de luxo em Campinas coloca em risco saúde de seus funcionários

domingo 5 de julho de 2020 | Edição do dia

Recebemos a denúncia que o hotel de luxo Royal Palm Plaza Resort, localizado na cidade de Campinas, estaria colocando a saúde dos trabalhadores em risco. Campinas, que havia iniciado a reabertura há uma semana, retrocedeu à fase vermelha devido ao aumento dos índices de contaminação pelo novo coronavírus. A ocupação dos leitos de UTI já ultrapassa os 80% na região.

De acordo com as denúncias, os hóspedes circulam nas áreas comuns sem máscaras. O restaurante, bares e academia do hotel estão funcionando normalmente, no melhor estilo das aglomerações nos bares do Leblon, bairro de classe média alta do Rio de Janeiro, que esta semana foram motivos de revolta, deixando os funcionários mais vulneráveis ao contágio. Também se queixaram de falta de papel toalha e álcool gel nos banheiros e vestiários destinados aos funcionários. O hotel forneceu duas máscaras de panos por funcionário, ao invés de máscaras descartáveis n95 que são mais seguras e adequadas para uma jornada de trabalho. Há pelo menos dois casos suspeitos de covid-19 e no entanto os colegas de trabalho que tiveram contato com os suspeitos não foram afastados. O hotel não fornece testes aos seus funcionários. Os funcionários também tiveram os salários e jornadas de trabalho reduzidas em 70% na pandemia. Uma diária no hotel chega a quase mil reais.

O estado de São Paulo iniciou o processo de abertura em meio ao aumento dos casos de contaminação e morte. A região de Campinas chegou a ter 100% dos leitos ocupados por mais de 20 dias consecutivos e hoje registra mais de 80%. O governo Dória, cedendo à pressão dos empresários, começou a reabertura do comércio e flexibilização da quarentena há um mês e o número de mortes aumentou 95% e o número de contaminados aumentou 155%. São Paulo continua sendo o estado com mais números de contaminados e de mortos e segue sem testagem massiva da população. No país todo são mais de 63 mil mortos e 1,5 milhão de contaminados.

Além da flexibilização da quarentena no momento onde os números de mortes crescem e o governo tenta esconder os dados, não foram tomadas medidas mínimas para garantir a segurança da população em meio à uma crise sanitária que também é fruto de décadas de sucateamento da saúde e precarização das condições de vida. Não à toa, são os mais pobres as maiores vítimas da pandemia.
Por isso, é necessário exigir dos governos a liberação imediata de todos os trabalhadores não-essenciais com remuneração integral, proibição das demissões e a revogação das MPs da morte de Bolsonaro, para que os trabalhadores não tenham que escolher entre proteger sua saúde e de seus familiares e não morrer de fome. O auxílio emergencial deve atender a todos que necessitem e precisa ser de no mínimo 2 mil reais para garantir o sustente adequado de uma família. Testes massivos para toda a população, para organizar racionalmente o isolamento social, além de EPIs adequados para todos os trabalhadores essenciais.

É preciso reconverter a indústria para que ela passe a produzir os itens necessários para o combate à pandemia, como álcool gel, máscaras e respiradores para os hospitais. Para garantir que a saúde não seja mercadoria valiosa na mão dos empresários da saúde é necessário um Sistema Único de Saúde 100% estatal gerido pelos trabalhadores.

São medidas básicas necessárias para que não sejam os trabalhadores a pagarem com suas vidas essa crise criada pelos governos e empresários capitalistas.

Nossas vidas valem mais que o lucro deles!




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