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Incompetência: Crivella não consegue localizar 10% dos contaminados já testados no RJ

Como se não bastasse a ausência de testes massivos que possibilitem identificar a população contaminada, no Rio de Janeiro, a prefeitura não sabe onde moram 10% dos contaminados com coronavírus já comprovado. Isso mais uma vez revela como os políticos burgueses, a serviço dos patrões, não têm um plano sério a apresentar em combate ao vírus, em uma cidade marcada pela precariedade das condições de vida e moradia que ameaçam os trabalhadores e o povo pobre.

segunda-feira 30 de março de 2020 | Edição do dia

Nas estatísticas que a prefeitura Crivella divulga diariamente no Painel Covid-19, até às 18h desta segunda-feira, apareciam 553 casos confirmados na cidade. Deste total, 55 (10%) não constavam com endereço da residência dos contaminados. No boletim anterior, essa parcela chegava a 18,6%.

Em uma pandemia internacional de doença infectocontagiosa, essas informações são obrigatórias, devendo ser fornecidas tanto por clínicas públicas quanto particulares. Nesse cenário, sua ausência demonstra que não há garantia de que os contaminados, bem como aqueles que tiveram contato com eles e estão sob risco, estejam sendo tratados ou monitorados. Pelo contrário, além de não haver testes massivos, que são orientação até mesmo da OMS para garantir a eficácia da quarentena, os poucos infectados que chegam a ser identificados não estão submetidos a qualquer tratamento sério por incompetência dos governantes. De que serve a quarentena se nem mesmo os oficialmente contaminados, em meio à subnotificação, não se sabe onde estão?

Além disso, faltam também dados sobre a faixa etária em 48% dos casos e, em 67,4%, não há informações se as pessoas que contraíram a doença têm histórico de viagem ao exterior. Em nota, a Secretaria de Saúde chega a afirmar que isso não compromete suas ações e responsabiliza os laboratórios privados.

Mais uma vez, isso demonstra que por trás de toda a demagogia da "guerra contra o vírus", esses políticos reacionários, que sistematicamente atacaram a saúde, não têm qualquer planejamento para de fato combater a doença. Justamente porque não tomam nem mesmo medidas elementares para acompanhar o comportamento do vírus em uma cidade marcada por tantas condições que agravam a doença contra os trabalhadores e o povo pobre e negro, é ainda mais urgente que os trabalhadores assumam o controle.

É preciso que as entidades sindicais e estudantis exijam testes massivos nos locais de trabalho, nos bairros e nas favelas cariocas, bem como que todo o sistema de saúde público e privado seja unificado e estatizado (incluindo clínicas e laboratórios privados), em um SUS 100% estatal, sob controle dos trabalhadores. Só assim é possível impedir que falhas grotescas como essas ocorram.




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