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ESTADO: BALCÃO DE NEGÓCIOS DA BURGUESIA | Indústria de armas, agronegócio e parentes: os lobistas por trás dos ministros de Bolsonaro

terça-feira 4 de dezembro de 2018 | Edição do dia

A composição ministerial de Jair Bolsonaro mostra que ele não tem nada de novo, muito menos vai ’’mudar tudo o que está ai’’ como coloca alguns, mas sim é um político capitalista que vai impor ataques brutais contra a classe trabalhadora e demais setores populares da sociedade através do uso da força. Um levantamento realizado pela agência Lupa e divulgado pela Folhal dos doadores de campanha dos ministros escolhidos por Bolsonaro, demonstra como se trata de um verdadeiro balcão de negócios dos capitalistas, onde políticos e grandes empresários fazem suas negociatas para poder explorar mais os trabalhadores em todos os níveis.

Dos 20 ministros anunciados por Bolsonaro, cinco são atualmente deputados federais: Onyx Leronzoni (DEM - RS) que vai assumir a Casa Civil, Tereza Cristina (DEM-RS), que assumirá a Agricultura, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), da Saúde, Osmar Terra (MDB-RS), da Cidadania, e Marcelo Alvaro Antônio (PSL-MG). Todos eles fazem ou já fizeram parte dos tradicionais partidos da ordem e fazem da dita ’’velha política’’, a política que está a serviço dos grandes empresários e banqueiros. Tanto é que Osmar Terra, se candidata á Câmara desde 1998.

De acordo com a Agência Lupa, Onyx recebeu R$ 1 milhão da direção nacional do Democratas e R$ 663 mil de pessoas físicas. Quem fez o investimento na campanha do deputado foram Carlos Jereissati do grupo Iguatemi que deu R$ 300 mil e Rubens Ometto (R$ 200 mil), da Cosan, que tem seus principais negócios ligados a cana-de-açúcar. O futuro ministro-chefe da Casa Civil é dinossauro da velha política. Deputado federal desde 2002, ele também se candidatou a Prefeitura de Porto Alegre em 2004 e 2008, tendo como financiadores da sua campanha a siderurgica Gerdau e a fabricante de armas Taurus

Já Marcelo Álvaro Antônio, teve que utilizar um velho método para poder conseguir fazer a sua carreira dentro da política. Utilizando o sobrenome do seu pai, o ex - deputado federal Álvaro Antônio que foi morto em 2003, o mineiro conseguiu se eleger para a Câmara pela primeira vez em 2014 e conseguiu se reeleger em 2018. Nestas duas campanhas, Ele e sua mãe, Vilma Pendido Dias, foram os principais contribuintes: Em 2014, doaram 51% dos 890 mil e, em 2018, 74% dos 587 mil. Em 2016, quando era filiado ao PR, ele se candidatou a prefeitura de Belo Horizonte e terminou em nono lugar. A campanha custou R$ 1.090.300 e foi quase integralmente paga pelo partido.

Já o futuro ministro da Saúde é deputado desde 2010, mas não tentou a reeleição em 2018. Na campanha de 2014, ele arrecadou 2,114 milhões, sendo que ele próprio contribuiu com R$ 581,5 mil. A Amil, empresa de plano de saúde, doou R$ 100 mil ao candidato naquele ano, assim como o empresário do setor de informática João Roberto Baird, que está preso recentemente pela Operação Vostok da Policia Federal.

Em 2010, Mandetta recebeu 1,164 milhões em doação. Um total de 993 mil foi pago por um grupo de 19 empresas, das quais três doaram mais de 100 mil: Bigolin Materiais de Construção (R$300 mil), Nautilus Engenheira (R$265 mil) e Pactual Construções (R$ 150 mil).

No caso de Osmar Terra, desde 1998 ele se candidata a deputado federal. Na campanha mais recente, neste ano, 89% dos R$ 1,678 milhões que arrecadou foram do seu partido, o mesmo MDB de nomes conhecidos como Michel Temer. Em 2014,
o futuro ministro arrecadou R$ 954 mil e quem deu mais para o candidato foram a JBS, com R$ 200 mil, e a construtora Odebrecht, com R$ 190 mil, curiosamente as mesmas que estão envolvidos com escândalos de corrupção. Além destas, a Gerdau também contribuiu com a campanha de Terra com R$142 mil em 2014 e R$ 50 mil em 2010.

Já Tereza Cristina, recebeu a maior parte do dinheiro de campanha do DEM: R$1,35 milhões, de um total de 2,238 milhões. Ometto (50 mil) e Marcos Lutz (R$ 100 mil), ambos da Cosan, também fez o seu investimento na candidata. Em 2014, na sua primeira eleição á Câmara, Tereza recebeu R$ 4,298 milhões. Empresas do agronégocio também investiram em Tereza, incluindo a Iaco Agrícola que fez o investimento de 1,025 milhões, a Adecoagro que investiu R$ 600 mil e a Agro Energia Santa Luzia (R$ 165 mil).

Com isso, Bolsonaro faz do seu governo um grande balcão de negócios para os capitalistas que possui alguma relação com os ministros que ele nomeou. São estes setores que vão aumentar a sua taxa de lucro brutalmente com os ataques que Jair Bolsonaro vai implementar no próximo governo. Seja especulando contra a saúde pública, contra o meio ambiente e contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade.




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