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INTERVENÇÃO DE BOLSONARO NA UFPB | Interventor Bolsonarista na UFPB ataca sindicatos

Valdiney Veloso Gouveia, reitor interventor de Bolsonaro na UFPB, renova seus ataques à comunidade educativa da UFPB. Nesta ocasião, aos sindicatos dos professores a Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (ADUFPB) https://www.adufpb.org.br/site/ e o Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (SINTESPB) exigindo a desocupação de suas sedes.

sexta-feira 18 de junho de 2021 | Edição do dia

Imagem: Jornal da Paraíba; Correio Braziliense; Brasil de Fato

Não é novidade que ao assumir a presidência da república Jair Bolsonaro não esconde a sua ojeriza em relação à educação pública no Brasil. Suas intervenções frente à universidade pública não param especialmente ao não respeitar a autonomia universitária nomeando seus próprios representantes para cargo de reitor. Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Bolsonaro escolheu Valdiney Veloso Gouveia, que ficou em terceiro lugar na lista tríplice dos candidatos à reitoria, aprofundando ainda mais a já antidemocrática escolha para reitor, tendo em vista que essa escolha não respeita o voto dos alunos, colocando pesos políticos diferentes para as categorias.

Veja mais: Bolsonaro intervém na UFPB e nomeia Valdiney Veloso como reitor

Segundo nota divulgada no site da ADUFPB , em mais uma investida, o interventor de Bolsonaro na UFPB está realizando ataques a ADUFPB e ao SINTESPB. Desde o mês de Abril ele tem realizado ações no sentido de cercear a permanência dessas instituições na Universidade a começar pelo envio à direção do Diretório Central dos Estudantes (DCE) uma cobrança de mais de R$ 800 mil em aluguéis atrasados (além de taxas de água e luz). Caso o DCE não pague essa “dívida”, o interventor argumenta que a instituição estudantil deve sair da UFPB.

Nessa mesma lógica de ataques o interventor direciona forças contra a ADUFPB e o SINTESPB. Na ocasião, a reitoria enviou ofício a essas organizações cobrando uma dívida milionária de R$ 2,6 milhões em aluguéis, dando um prazo de 45 dias para o pagamento, caso contrário, tais organizações devem sair da UFPB. Na mais clara demonstração de antidemocratismo, o interventor de Bolsonaro resgata a Lei 6.120/74, ainda do período militar, tentando assim, passar por cima da autonomia da comunidade universitária.

Valdiney não é nenhum ingênuo, sabe muito bem usar da tática de mobilizar hordas Bolsonaristas para esmagar as organizações sindicais e estudantis que estão na instituição a mais de quatro décadas. A defesa da ADUFPB que fazemos é uma defesa política, democrática da liberdade de organização dos professores, mas sequer segundo a própria ADUFPB tem sentido em termos econômicos nem jurídicos. . Para a entidade o sindicato nunca deixou de honrar os compromissos firmados com a Universidade:

A ocupação dos espaços físicos pela ADUFPB nos quatro campi sempre obedeceu às regras e normas vigentes, pois sempre decorreu de acordos públicos expressos em contratos selados entre as duas partes. Durante todo o período de utilização dos espaços de cada uma das suas sedes, a entidade sindical sempre custeou a manutenção e conservação das edificações, contribuindo, além disso, para a conservação das áreas onde as sedes estão localizadas (ADUFPB)

Além disso, a ADUFPB argumenta que desde 1978, ano de sua fundação, nunca ficou de forma irregular na Universidade, sempre honrando os compromissos, e pagamento os valores estabelecidos à UFPB como uma forma de contribuição pela cessão de uso dos espaços da universidade.

Segundo Fernando Cunha (Presidente da Adufpb), a cobrança milionária no valor de R$ 2,6 milhões é totalmente descabida

Esse debate foi travado dentro Conselho Superior da Universidade. Não caberia à Universidade cobrar dela mesma. Tanto a Aduf quanto o SINTESPB são entidades representativas dos servidores que existem na universidade há mais de quatro décadas e sempre estiveram dentro da universidade cumprindo com os deveres que os documentos e a legislação permitiram.

Nós do Esquerda Diário repudiamos totalmente esse ataque aos sindicatos, organizações dos trabalhadores e às universidades, implementado como parte da antidemocrática atuação de um interventor bolsonarista na universidade. É necessário unificar as forças dos trabalhadores e estudantes, impulsionando assembleia e a auto-organização, para que estejamos juntos contra esse ataque e barremos qualquer tentativa de cercear a liberdade sindical e política. É preciso unir todas as forças contra esse ataque em uma forte campanha em defesa dos sindicatos.

E que nesse luta coloquemos em xeque o interventor bolsonarista e o regime universitário que permite essa atrocidade, convocando uma estatuinte que aponte para um novo governo tripartite da universidade com sufrágio universal, composto por estudantes, professores, e incluindo os e as trabalhadoras terceirizadas. Basta da intervenção bolsonarista e o regime autoritário que estamos vivendo na universidade.

Nessa movimentação de cobrar valores inexistentes, a ADUFPB avalia que o interventor negligencia e descumpre negociações empenhadas por gestões anteriores, além de desrespeitar decisões dos conselhos universitários:

Tudo isso aponta para a direção autoritária desta administração universitária, encabeçada pelos professores Valdiney Gouveia e Liana Albuquerque, que, além de não demonstrarem apreço algum pela natureza democrática do espaço público da universidade, também se utilizam da máquina administrativa, passando pela procuradoria da UFPB, para tratar de forma discriminatória e perseguir as entidades representativas das categorias que são a base viva dessa universidade. Os três segmentos são a razão maior pela qual, juntamente com os inestimáveis serviços prestados à comunidade brasileira, se dá a consolidação de uma Cidade Universitária, livre e solidária, que cumpre sua função social em prol da comunidade e da coletividade (ADUFPB).

O SINTESPB também avalia que a cobrança é descabida tendo em vista que já existe um contrato de Comodato entre as partes envolvidas no processo. Para essa organização, a atitude do reitor interventor seria uma forma de desmobilizar a categoria dos professores diante dos ataques que o governo Federal tem realizado à classe trabalhadora brasileira, e especificamente à educação pública.

Diante desses apontamentos, é preciso à unificação de todas as categorias que constroem a universidade pública brasileira, terceirizados, professores, alunos, etc., para enfrentar de fato o governo Bolsonaro. É preciso que instituições como CUT e UNE convoquem assembleias de base, e saiam do marasmo conciliatório que esperam em 2022 um retorno de Lula, que tem demonstrado a cada dia, uma aproximação ao centro político para se eleger, e assim, administrar um regime golpista podre, o qual o próprio PT foi vítima em 2016 com o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef.

Veja mais: Lula agora também com Maia e Paes: A frente ampla que preservará a herança do golpe institucional

O plano de Bolsonaro é claro, tentar de todas as formas cercear as instituições públicas de ensino com sua política antidemocrática e discriminatória. A escolha de figuras alinhadas a sua forma de pensar é um atestado de subserviência a essa lógica, pois, em nenhuma dessas nomeações há de fato apoio da comunidade acadêmica por ferir o mínimo de institucionalidade que ainda resta. No Estado da Paraíba em específico, Bolsonaro já fez intervenção na UFCG, IFPB e na UFPB, esse cenário não é diferente do restante do país, no qual há a reprodução da mesma lógica de nomear figuras que não obtiveram maioria dos votos sequer nos distorcidos processos de consulta à comunidade acadêmica.

Veja mais:Bolsonaro nomeia terceiro colocado para assumir reitoria da UFCG. É preciso organizar a luta contra a intervenção

Contra o burocratismo, o marasmo e a tática de uma frente ampla, é urgente a formação de uma frente única formada por trabalhadores de todo Brasil contra os atalhos conciliatórios que sempre jogam o peso das crises sobre as costas das trabalhadoras e trabalhadores, só enfrentando de fato o atual regime é que poderemos falar numa universidade pública e democrática.

Desde Esquerda Diário nos solidarizamos com os trabalhadores da ADUFPB contra estes ataques do interventor




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