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Mobilizações na França | Jornada de mobilização na França contra as políticas de Macron

Após as mobilizações dos coletes amarelos deste fim de semana, nesta quinta-feira (17) na França se desenvolveu uma jornada de mobilizações convocadas por alguns sindicatos e organizações de juventude contra as políticas de Macron.

sexta-feira 18 de setembro de 2020 | Edição do dia

Após as mobilizações dos coletes amarelos no dia 12 de setembro, que marcou a volta dos protestos sociais após o confinamento e o período de férias, os sindicatos CGT, Solidaires e FSU convocaram, junto às organizações de juventude, uma jornada nacional de mobilização interprofissional nesta quinta feira 17 de setembro.

Segundo o próprio comunicado de imprensa da CGT, se trata de um chamado a “ um poderoso dia nacional de ação, greve e manifestação” contra as políticas do governo de Macron.

Para evitar que a jornada fosse realizada, o primeiro ministro Jean Castex apelou, desde a quinta-feira 3 de setembro, “ao sentido de responsabilidade” a considerar que era necessário “avançar no diálogo social”, com a SNCF e a RATP (empresas de ferrovias e transporte urbano da área metropolitana de Paris, cujos trabalhadores protagonizaram uma histórica greve contra a reforma da previdência no fim de 2019). A respeito do setor ferroviário, Jean-Baptiste Djebbari, ministro delegado de transportes, jogou a carta da depreciação afirmando que a ação dos trabalhadores ferroviários era uma “greve por hábito”.

Contudo, as razões para esta jornada de lutas retornarem são multiplicadas. Além da gestão propriamente catastrófica do governo em matéria de saúde, a atual crise económica já levou à demissão mais de 200.000 trabalhadores, tendência que deve aumentar, segundo as previsões disponíveis, nos próximos meses. Ao mesmo tempo, depois de ter auxiliado massivamente as grandes empresas, o Governo ofereceu, através de seu plano de recuperação, 100 bilhões a mais aos empresários, no que parece claramente com um subsídio paras as demissões. Este pacote tem como objetivo manter os benefícios das grandes empresas, expondo as pequenas empresas ao risco de quebrar e condenando os trabalhadores ao desemprego e a precarização do trabalho.

Neste contexto geral, uma série de greves e lutas, no setor automobilístico, na aeronáutica e inclusive nos setores de alimentação e saúde tem florescido nas últimas semanas, sem deixarem de ser parciais e isoladas.

São lutas novas muito auspiciosas, porém não podem obter uma verdadeira vitória sem um movimento coletivo e solidariedade com outros setores. De fato, a ofensiva dos empresários e do Governo é generalizada, e seu objetivo é que sejam os trabalhadores que paguem pela crise em curso. Portanto, a resposta dos trabalhadores também deve ser integral e completa, de acordo com os ataques atuais.

Aqui está o limite das jornadas deste 17 de setembro. Nem todos os sindicatos participaram das ações. Esta é a a estratégia adotada até agora particularmente pela CGT, que se mostra, em termos de mobilização de sua base, abaixo do que é necessário para enfrentar os ataques. Além disso, esta jornada quase não estava organizada nos locais de trabalho, e ao mesmo tempo era semeada a expectativa de que se poderiam conseguir algumas concessões na mesa de diálogo social com o governo e a patronal.

Pelo contrário, a situação atual faz com que seja urgente que as direções sindicais rompam com a colaboração e diálogo com o Governo e que levantem um verdadeiro plano de lutas que comece por exigir nenhuma demissão a mais e nenhum corte salarial, rodeando de solidariedade as lutas em curso.

Um pequeno exemplo que um movimento com estas características é possível pode ser visto em Toulouse, onde o encontro de trabalhadores aeronáuticos chamou uma reunião ao final da ação desta quinta para coordenar um plano comum com trabalhadores sindicalizados e não sindicalizados. A ação desta quinta deveria ser um ponto de apoio diante dos ataques em curso e para enfrentar os que ainda estão por vir.




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