Manifesto deixa implícito o desejo das patronais do país, em clamar pela unidade dos poderes para concentrar nos ataques à população. Frente a crise aberta pela ameaça do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal de deixarem a Febraban , o lançamento do manifesto assinado por mais de 200 entidades patronais é adiado para conter a crise.
segunda-feira 30 de agosto de 2021 | Edição do dia
Foto: Reprodução / EPTV
O manifesto intitulado “A praça é dos três poderes”, que seria lançado na sexta-feira (27) com mais de 200 assinaturas de entidades patronais como a Febraban e a FIESP, teve seu lançamento adiado devido a uma crise aberta por parte do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal que ameaçam deixar a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) caso a entidade assine o manifesto.
Pedro Guimarães e Fausto de Andrade Ribeiro, presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal respectivamente, foram indicados por Bolsonaro pelo perfil privatizador dos administradores e apoiadores do presidente.
O presidente da Câmara Arthur Lira teria entrado em contato pessoalmente com Skaf para buscar minimizar a crise, a decisão é que o manifesto será lançado depois do dia 7 de setembro.
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O presidente da FIESP, Paulo Skaf do MDB, que capitaneia a construção do manifesto alegou que o adiamento não seria devido a crise com os bancos públicos mas que decidiu por adiar o lançamento do documento pois outras entidades tinham o interesse em assinar mas tinham que esperar os trâmites internos de cada entidade para tomar a decisão.
A Ameaça de saída dos dois bancos públicos da federação é também uma resposta ao posicionamento da própria Febraban que tem aumentado o tom disruptivo com o governo escalando o tom através de um manifesto que a federação escreveu contra o voto impresso em que faz críticas frontais a Bolsonaro e o governo.
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O manifesto das entidades patronais, apesar de um ataque político frontal ao governo, foi escrito com o cuidado de não citar nominalmente nem fazer críticas diretas a Bolsonaro ou a qualquer outro membro da equipe de governo e seus aliados, justamente para que ao mesmo tempo que golpeia o governo, sugere a união das forças burguesas através de uma maior harmonia entre os poderes para que se concentrem nos ataques necessários para a burguesia nacional e internacional conseguir aumentar suas margens de lucro no país às custas da população.
Editorial Esquerda Diário: 7 de setembro: enfrentar Bolsonaro, os ataques e a medida ditatorial de Doria nas ruas