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EDUCAÇÃO | Leite planeja a volta às aulas ainda em setembro, rifando a vida dos professores e alunos

Na última terça, Leite anunciou que planeja o retorno das aulas presenciais das escolas ainda em setembro, enquanto a pandemia segue em alta com mais de 130 mil pessoas infectadas e com ocupações de leitos de UTI passando de 78%.

quinta-feira 3 de setembro de 2020 | Edição do dia

Em live na última terça (1), o governador Eduardo Leite (PSDB), anunciou o plano de retorno das aulas presenciais no Estado no mesmo momento que o Estado apresenta uma alta de internações em leitos de UTI com mais de 78% dos leitos ocupados. Leite anunciou que a partir do dia 8 de setembro que as escolas de educação infantil poderão retomar às aulas presenciais, com um discurso demagógico de que não é uma retomada obrigatória e nem "uma volta normal", mas abre caminho para as escolas particulares voltar com suas atividades presenciais, rifando a vida dos professores, alunos e de seus familiares em nome do lucro.

Leiteenrola mas não consegue esconder sua visão de escola como depósito de crianças para que os pais trabalhem. Afirma que “Existem casos de pais ou mães solteiros, ou solteiras, que precisam de um lugar para deixar os filhos com segurança". Quem tem que decidir são os conselhos escolares junto com os trabalhadores da educação!

Em que mundo vive Eduardo Leite e Faisal Karam (Secretário da Educação)? Parece que numa realidade paralela, não na realidade das escolas gaúchas. Como que os professores e funcionários estarão protegidos? As escolas estão sucateadas! Quem irá controlar o uso das máscaras, o uso de álcool gel e a medição da temperatura sendo que o governo mal paga os trabalhadores da educação? Muitas escolas sofrem com falta de água inclusive!

O Governo do Estado do RS não testa massivamente a população para identificar de fato os infectados e isolá-los de forma adequada, vem conduzindo de uma forma totalmente irracional o combate e controle da pandemia. Sem testes, de quê valem as bandeiras do “distanciamento controlado” senão para uma manipulação de informações sob pressão de grandes empresários para colocar a economia à frente das vidas?

Em regiões como Porto Alegre a lotação de UTIs chega a 90%, em alguns bairros de periferia chega a 100%. É nesse cenário que Eduardo Leite acha que é possível um retorno “gradual” e “híbrido” dizendo que não é uma determinação que obriga o retorno às salas de aula, “mas que deixa de proibir”. Por duas vezes o governador menciona as escolas particulares que estão quebrando revelando seu real interesse e a serviço de quem o Governo do Estado está.

A hipocrisia é tanta que Faisal Karam afirma que os alunos do estado que não tem equipamentos eletrônicos e não tem internet são uma minoria. Eduardo Leite fala que o governo combate a evasão escolar mas em 2019 mais de 110 mil alunos matriculados não apareceram nas aulas e estima-se que mais de 200 mil alunos estão excluídos do ensino remoto por falta de equipamento e internet. Faisal ainda afirma que a aula remota veio para ficar acenando para empresas privadas no sentido que o Estado já investiu nisso e pode investir muito mais para privatizar o ensino. Isso aponta para o desemprego e uma precarização ainda maior da categoria do magistério. É o que Faisal Karam chama de “otimização dos recursos humanos”.

Eduardo Leite projeta que a rede estadual irá voltar as aulas presenciais dia 13 de outubro. O CPERS precisa levar esse debate para uma assembleia geral da categoria, mesmo que de forma remota, como já fizeram outros sindicatos pelo país como o APEOESP em SP. Na última reunião do Conselho Geral do CPERS a Direção Central (PT/PCdoB) foi contra a proposta de setores da oposição que se unificaram pela necessidade de uma assembleia. Diante da ameaça de Leite do retorno as aulas em meio à pandemia para atender aos interesses do empresariado gaúcho, que pouco se importa com a vida do trabalhador e de seus filhos, os trabalhadores da educação precisam se organizar junto com os conselhos escolares para dizer NÂO! Nem que para isso seja necessário uma greve em defesa da vida.

O governo diz que vai caber a cada pai e mãe decidir se seu filho deve ir a escola. Porém, os pais individualmente não representam uma força mas unidos pela defesa da vida de seus filhos por meio dos conselhos escolares sim. Nós professores e funcionários de escola somos os educadores dos filhos da classe trabalhadora, está na hora de unirmos forças contra o desemprego, a precarização do trabalho com os ataques também de Bolsonaro, Mourão, STF e Congresso e nos organizarmos para lutar para que não sejamos nós a pagar por essa crise capitalista, mas que seja os próprios capitalistas! E assim lutemos por uma educação pública de qualidade para nossos filhos!




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