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Eleições | Liberal privatizador do governo FHC, André Resende apoia Lula

O economista André Lara Resende, um dos formuladores do Plano Real, irá declarar apoio à candidatura de Lula em evento do presidenciável petista com os grandes empresários nesta terça-feira.

terça-feira 27 de setembro de 2022 | Edição do dia

O economista André Lara Resende, um dos formuladores do Plano Real, irá declarar apoio à candidatura de Lula em evento do presidenciável petista com os grandes empresários nesta terça-feira.

"Está claro para mim que o apoio e o voto em Lula já no primeiro turno é importantíssimo. É trazer de volta o estado democrático civilizado", afirmou o economista à Folha.

Segundo ele, uma vitória de Lula é o restabelecimento do país no cenário internacional, do ponto de vista ambiental, da democracia e cultural. "O Brasil está caminhando para ser terra arrasada se continuar o governo atual."

André Lara Resende é ex-presidente do BNDES na gestão de Fernando Henrique Cardoso, ícone da direita neoliberal que aplicou medidas de ajuste contra os trabalhadores e que reprimiu a histórica greve dos petroleiros em 1995. FHC também lançou seu apoio a Lula.

Lara Resende já é cotado para fazer parte de um futuro governo Lula-Alckmin.

Sobre isso, Maíra Machado, candidata a deputada estadual pelo MRT em SP, disse que:

"O governo Bolsonaro já atestou seu ódio de classe ao conjunto dos trabalhadores e da população pobre. Nossa classe não suporta mais seu governo de ajustes e ataques também a mulheres, negros, indígenas e LGBTQIAP+. As formas selvagens de precarização avançaram sem precedentes com a reforma trabalhista, o desemprego aumentou e a insegurança alimentar atingiu índices recordes. Com uma inflação que corrói os salários a insatisfação popular é enorme, depois de dois anos de pandemia com 700 mil mortos no país por responsabilidade deste governo e dos governadores dos estados, mesmo daqueles que não são negacionistas como a extrema-direita. Os ataques econômicos também são avalizados pelo judiciário, com seus métodos autoritários, e pelas organizações do grande capital industrial e financeiro, a FIESP e a FEBRABAN, todos estes que tentam se arrogar credenciais "democráticas", mas apoiaram o golpe militar na década de 60 e o golpe institucional de 2016, concordando com a agenda econômica de Bolsonaro e Guedes", disse Maíra.

"Precisamos enfrentá-los seriamente. E isso implica um programa de independência de classe que unifique os trabalhadores contra o conjunto dos empresários e banqueiros. Sem isso, é impossível enfrentar o bolsonarismo. É o exato oposto do que fazem Lula e o PT. Basta olhar a galeria "ilustre" de apoiadores que Lula colheu na última semana. Além de ter Alckmin como vice, o espancador de professores em São Paulo, ganhou o apoio de Fernando Henrique Cardoso, símbolo da direita neoliberal no país, que aplicou os ajustes comandados pelo Consenso de Washington na década de 1990 e reprimiu a histórica greve dos petroleiros em 1995. Ademais, Lula ganhou o apoio de Henrique Meirelles, ex-funcionário do capital financeiro internacional. Meirelles, que foi presidente do Banco Central de Lula entre 2003 e 2011, atuou como Ministro da Fazenda do golpista Michel Temer, e em festa de gala da campanha do PT para acolher seu apoio, disse que só vai apoiar a chapa Lula-Alckmin na condição da manutenção dos ataques econômicos herdados. Ameaçou mais, dizendo que quer "fechar estatais que já perderam finalidade, cortando benefícios indevidos". Como se não bastasse, Lula recebeu apoio público de ninguém menos que Miguel Reale Jr., um dos autores do pedido de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff, que abriu todo o processo do golpe institucional, e agora tem André Lara Resende, outro tucano da era FHC.", disse ainda a candidata a deputada estadual pelo MRT em São Paulo.

"Precisamos de uma política diretamente oposta a de Lula-Alckmin e do PT, à qual partidos como o PSOL se adapta completamente. É por isso que estamos defendendo como pontos hierárquicos de nossa campanha a defesa da revogação de todas as privatizações e reformas, em primeiro lugar da reforma trabalhista, abolindo qualquer tipo de flexibilização laboral e lutando por plenos direitos trabalhistas, ligado à construção de uma grande batalha pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, com 30 horas semanais para enfrentar a precarização e o desemprego, na perspectiva da divisão das horas de trabalho entre empregados e desempregados, e da sua unificação. Trabalho digno para todos: basta de naturalização da precarização do trabalho, devemos atacar o fundamento dos lucros dos capitalistas. Enfrentar Bolsonaro, os militares e todo o regime político degradado da burguesia precisa ser feito na luta de classes. Devemos unir forças para exigir das direções majoritárias do movimento de massas, em primeiro lugar da CUT, CTB e UNE, que impulsionem um verdadeiro plano de luta contra Bolsonaro e suas ameaças golpistas, e pela revogação de todas as contrarreformas e ataques", concluiu Maíra.




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