sexta-feira 25 de novembro de 2022 | Edição do dia
O presidente eleito do PT tenta se aproximar dos militares de alta cúpula que fizeram parte do governo de extrema-direita de Bolsonaro para fazerem parte do gabinete de transição. Isso é um aceno também à extrema direita e um giro reacionário por parte da chapa Lula-Alckmin, abrindo espaço para ex-aliados de Bolsonaro na pauta de defesa, o que mostra como os militares ganharam peso no regime e irão continuar marcando presença no novo governo.
Membros do gabinete de transição de Lula buscaram apoio com generais que já compuseram cargos no governo Bolsonaro. Os nomes em questão incluem o ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva e um ex-comandante do Exército, Edson Leal Pujol. Eles deixaram o governo Bolsonaro em março de 2021, após toda a desastrosa gestão bolsonarista da pandemia, que levou até o presente momento a quase 700 mil mortes devido à Covid.
Lula busca apoio nesses reacionários militares que estiveram ao lado de Bolsonaro, assim fortalecendo a presença das Forças Armadas dentro da política brasileira. Há várias expressões disso nos últimos tempos, como por exemplo a tutela que os militares tiveram sobre a apuração das eleições.
Isso é mais um exemplo de para que a conciliação de classes serve, abrindo espaço para a direita e a extrema-direita no país, assim como fazem na pauta da educação convidando para o governo de transição o Itaú, Grupo Natura e Grupo Lemann, articuladores da Reforma do Ensino Médio, ou da pauta de economia, com André Resende, membro do governo FHC.
Cada vez mais se faz necessário que a classe trabalhadora confie apenas em suas próprias forças para conseguir arrancar suas demandas, como a revogação das Reformas Trabalhista, da Previdência e do Ensino Médio, já que o futuro governo aponta na direção oposta dessa revogação, ao lado de empresários e militares.
