Em sua visita à USP, Lula encheu o vão da história. Ao agitar a juventude contra Bolsonaro, porém, se poupou de citar, sequer uma vez, a palavra Alckmin e sua aliança com esse odiado inimigo da educação. Lula é inteligente o suficiente para saber que não se pode nomear o inominável, o picolé de chuchu, num auditório como esse. A mera citação de Márcio França, aliado tradicional dos tucanos de SP, já foi alvo de centenas de jovens.
quarta-feira 17 de agosto de 2022 | Edição do dia
Em seu discurso, Lula reivindicou os aumentos salariais da época do seu governo e citou até mesmo os trabalhadores da USP, para falar que durante o seu governo os trabalhadores tiveram aumentos salariais. Mas isso é só uma parte da história, e conhecer a história toda é também entender o que foi de verdade o governo Lula, um governo de conciliação com a burguesia, com setores históricos da direita e com aqueles que são hoje base do bolsonarismo. O que Lula omite e tenta expropriar para si mais uma vez é a própria tradição e história de luta da classe trabalhadora.
#LulanaUSP disse q os trabalhadores da USP receberam aumento acima da inflação em seus anos de governo. Só não disse q isso só aconteceu por inúmeras e muito fortes greves, enfrentando a repressão de Alckmin seu vice. Nosso caminho p/ enfrentrar Bolsonaro é o da luta de classes!
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 15, 2022
Esse aumento que os trabalhadores da USP conquistaram não foi porque o Lula estava governando o país, mas sim porque, no mesmo período do seu governo, essa foi a categoria que mais esteve em greve, se enfrentando com corte de ponto, contra a repressão brutal do tucanato de São Paulo, como de Serra e do mesmo Alckmin que é chamado de aliado e amigo por Lula, mas que sempre foi e será o grande inimigo da USP.
Muitos jovens estão no #LulaUSP nesse momento c/ o mais genuíno sentimento de derrotar o bolsonarismo. A mesma juventude, reprimida nas jornadas de junho de 2013 por Alckmin e Haddad mostrou q não é a conciliação mas a luta de classes o caminho p/ derrotar os ataques e a direita
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 15, 2022
Maíra Machado, candidata do MRT a deputada estadual pelo Polo Socialista e Revolucionário, quando perguntada pelo Esquerda Diário sobre o discurso de Lula, disse:
“Em palco montado no vão da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), lugar conhecido também pela brutal repressão da polícia assassina de Alckmin e França (juntos agora no PSB), Lula também omitiu suas alianças com a direita. A mesma que articulou todas as reformas, como a trabalhista, da previdência e do novo ensino médio; que fez um golpe institucional em 2016 no país; que passou por cima dos direitos democráticos da população votar em quem quisesse em 2018; que esteve ao lado da extrema direita de Bolsonaro contra a juventude e a classe trabalhadora durante esses últimos anos; e que agora tenta passar de democrática por uma aliança que vai desde a alta burguesia de banqueiros e a FIESP, até as centrais sindicais que freiam a possibilidade da construção por uma saída independente da juventude e dos trabalhadores e na luta de classes. Parte dessa mesma direita até estava lá, como Márcio França, mas foi vaiada quando foi citada durante o evento, já Alckimin não apareceu e c certeza esse histórico dele na USP pesou na hora de tomar a decisão de não ir"
No #LulanaUsp dizem sobre o gravíssimo problema da moradia no Brasil, fazendo defesa da propriedade privada garantida pela Constituição. Vamos refletir: é com Alckmin, responsável pelo Pinheirinho; ou defendendo a sagrada propriedade burguesa, que vamos enfrentar esse problema?
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 15, 2022
Segundo Marcello Pablito, candidato do MRT a deputado federal pelo Polo Socialista e Revolucionário, “para nós o caminho para enfrentar Bolsonaro e os ataques é o da luta de classes e de forma independente. Exigimos um plano de lutas para enfrentar o bolsonarismo, as reformas e os ataques à educação, com a força da classe trabalhadora e da juventude, sem a direita, a FIESP e banqueiros. O Conselho Diretor de Base do SINTUSP aprovou um importante posicionamento sobre o combate ao bolsonarismo e a chamada "carta pela democracia". Nós trabalhadores da USP não caímos na demagogia da reitoria da USP de que devemos nos aliar com nossos inimigos.”
Pq q o Alckmin, vice do Lula, não foi ontem no #LulaNaUSP? E pq Lucia França, vice do Haddad (hj do mesmo partido de Alckmin) e Marcio França (ex-vice de Alckmin quando governador de SP) foram vaiados? P/ entender, segue o fio com 5 ataques q o ex-tucano colaborou na USP:
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 16, 2022
1) “Tem dinheiro p/ empresário mas ñ tem pro meu salário” gritavam terceirizadas da limpeza em greve em 2013. Alckmin e a reitoria buscaram privatizar a USP pelas beiradas, aumentando a terceirização. Em 2005, 2011 e 2013 tiveram q se enfrentar com fortes greves de terceirizados.
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 16, 2022
2) 2004, 2010, 2014, 2016, 2018 e 2019. Esses foram os anos em q os trabalhadores da USP precisaram fazer greves p/ garantir direitos e lutar contra os ataques à universidade (durante todo o tucanato). Sofreram processos, demissões, cortes de ponto e repressão policial.
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 16, 2022
3) O movimento estudantil tb organizou muitas greves e manifestações nesse período, por + verbas p/ educação, permanência e cotas. A USP foi a última a implementar algum sistema de cotas raciais, depois de mta luta, tamanho racismo desse governo e da reitoria escolhida por este
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 16, 2022
4) Foi entusiasta defensor da volta da PM na USP, o q sempre foi rechaçado pelo movimento operário e estudantil. Nos últimos anos, a presença da polícia na USP rendeu cenas da ditadura: bombas de gás no CRUSP, no vão da história, prisões, agressões de mulheres, cenas de tortura.
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 16, 2022
5) Sempre teve uma política anti-sindical junto à reitoria atacando o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), inclusive saindo em jornais burgueses colunas expressando isso. É o modelo de como o tucanato (dirigido por ele com mãos de ferro) enxerga os servidores públicos
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 16, 2022
Alckmin sequer foi citado no #LulaNaUSP pq o PT teme q se lembrem q seu legado p/ a USP é esse. É na luta de classes, com greves e manifestações, q derrotaremos Bolsonaro, as reformas e defenderemos uma educação pública à serviço dos trabalhadores, e ñ com alianças c/ a direita.
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 16, 2022