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Em 2023 | “Lutar pela revogação integral das reformas e ataques, de forma independente do governo”, diz Flávia Valle

Após anos do golpe institucional e do odioso governo Bolsonaro, a classe trabalhadora e a juventude amargam o aprofundamento da fome e da precarização do trabalho, fruto das reformas e privatizações que foram aprovadas pela extrema direita e pela direita. É preciso lutar de forma independente do novo governo Lula-Alckmin, que conta com articuladores dessas medidas, para revogar integralmente esses ataques e fazer com que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

domingo 1º de janeiro de 2023 | Edição do dia

Veja declaração de Flávia Valle, professora de Minas Gerais, militante do MRT e do grupo de mulheres Pão e Rosas.

“Junto ao Teto de Gastos, nos últimos anos foram aprovadas a Reforma do Ensino Médio, que precariza o ensino da juventude, a Reforma Trabalhista e a Lei de Terceirização Irrestrita, que rasgam a legislação trabalhista no país, já limitada, e a Reforma da Previdência, para que se trabalhe até morrer. Além disso, os capitalistas avançaram para abocanhar uma parcela superior das riquezas naturais do país, com avanço das privatizações, como com a venda de importantes refinarias da Petrobrás. Assim, é claro para nós que toda a degradação autoritária dos últimos anos, com o golpe institucional, a prisão arbitrária de Lula e o fortalecimento da extrema direita, bem como de instituições como o Judiciário e os militares, esteve a serviço da aprovação de ataques mais duros contra a classe trabalhadora e o povo pobre. Atingem particularmente nós, mulheres, e os negros, que vêm sendo reiteradamente citados nos discursos do novo governo e tem representação em seus ministérios.

Ao mesmo tempo, a revogação integral das reformas não foi parte do programa e da campanha da chapa Lula-Alckmin. Não à toa, Alckmin representa um setor do capital financeiro do país que articulou e se beneficiou dessas reformas. Mesmo na equipe de transição, a área da educação foi amplamente composta por articuladores da Reforma do Ensino Médio, como bancos e fundações bilionárias. O discurso era de “aperfeiçoar” essa reforma que ataca o trabalho de nós, professores e professoras nas escolas, gerando expressões de rechaço nas redes. Agora, mais uma vez, Carlos Lupi aparece como responsável para “rever pontos” da mãe de todas as reformas, a Reforma da Previdência, enquanto a direita que votou a favor de vários desses ataques está presente em importantes ministérios e nas alianças do governo.

Além disso, Alckmin, mesmo antes da posse, autorizou a privatização do Metrô de Belo Horizonte junto a Zema, atacando fortemente os metroviários e os serviços que servem à população da cidade. Também há ao menos 10 ministérios – alguns deles muito relevantes em termos políticos e em capacidade de alocação de recursos (e portanto para formação de apoio político no Congresso e projeção eleitoral) - que estão nas mãos de partidos burgueses tradicionais e que foram parte das coalizões de governo de Temer e Bolsonaro.

Tudo isso apenas demonstra que somente na luta de classes será possível revogar integralmente esses ataques que aprofundam a miséria no país. Para isso, é preciso exigir das grandes centrais dirigidas pelo PT e pelo PCdoB que impulsionem um forte plano de lutas para enfrentar os interesses dos capitalistas que se beneficiaram da extrema direita no poder. É preciso unir a classe trabalhadora aos movimentos sociais e à juventude na luta, e não aos interesses dos grandes empresários, do imperialismo e da direita. Essa é a força social que pode impor um programa para que os capitalistas paguem pela crise e avançar para uma saída revolucionária e socialista.”




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