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Violência à mulher | Maíra Machado: "Dar uma bíblia a uma vítima de estupro é cruel! Pela separação entre Igreja e Estado!"

Reproduzimos aqui declaração de Maíra Machado, professora da rede pública de São Paulo e dirigente do MRT e do grupo internacional de mulheres Pão e Rosas, sobre o escandaloso caso desta semana em que distribuíram bíblias para vítimas de estupro em Hospital referência de aborto legal.

Maíra MachadoProfessora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

sexta-feira 20 de agosto de 2021 | Edição do dia

“Nessa semana veio à tona a denúncia de que no Hospital Pérola Byington, que é centro de referência que realiza aborto legal em São Paulo, estaria distribuindo bíblias para vítimas de estupro e violência sexual que estavam aguardando atendimento para interromper a gravidez, como previsto por lei.

Dar uma bíblia a uma vítima de estupro é cruel! Absurdo que um centro médico, referência da saúde da mulher, distribua bíblias para mulheres que estão recorrendo ao aborto por terem sofrido abuso e violência sexual.

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São milhões de abortos realizados todos os anos, sendo a 5ª causa de mortes maternas, com milhares de complicações que causam mutilações, sequelas e muitas vezes a morte de mulheres por conta de abortos inseguros e clandestinos.

O direito ao aborto legal, seguro e gratuito deveria ser garantido pelo Estado, evitando a morte e violência de mais mulheres. No Brasil, o direito ao aborto já é super restrito, somente para casos de estupro, anencefalia e risco de vida às mães, sendo este um direito que foi garantido a duras penas e que é constantemente ameaçado pelas ofensivas conservadoras de políticos reacionários como Bolsonaro e Damares, a Igreja e a Bancada Evangélica.

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E mesmo o direito ao aborto legal no país já sendo super restrito, em centros médicos como no Hospital Pérola Byington distribuem bíblias às vítimas de estupro, uma clara opressão e tentativa de coibir essas mulheres violentadas.

Basta da ligação entre Igreja e Estado que só aprofunda a opressão à mulher, reprimindo e negando o direito ao próprio corpo! A pauta pela separação entre Igreja e Estado é fundamental para todo o movimento político de esquerda e social, lutando pelo direito e pela vida das mulheres.




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