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USP | Mais um funcionário da USP morre vítima da COVID-19

Na semana em que o Brasil ultrapassa a marca das 4000 mortes diárias, recebemos a notícia do falecimento de Adilson Áureo Sanxes, funcionário da Superintendência do Espaço Físico da USP, vítima de COVID-19 aos 54 anos.

quarta-feira 7 de abril de 2021 | Edição do dia

O Brasil passa a marca das 4000 mortes no período de 24 horas por COVID-19. O novo recorde escancara a barbárie que Bolsonaro e os governadores estão submetendo o país e a cada dia aumenta o número de pessoas próximas adoecendo e morrendo vítimas do vírus. Cada vez mais nos grupos de trabalho chegam notícias de funcionários ou familiares que morreram, o pesar e a indignação só aumentam.

O presidente negou a existência da pandemia, boicotou a compra de vacinas, cortou ainda mais o financiamento do SUS. Na USP, a política da Reitoria e dos governadores como Doria sucateiam o Hospital Universitário e até agora não garantiram as contratações necessárias, os funcionários do hospital estão no limite do esgotamento.

Na USP já são dezenas de funcionários mortos por COVID-19. A reitoria segue fazendo com que os trabalhadores terceirizados trabalhem presencialmente e acompanhamos uma série de paralisações e protestos no Hospital Universitário, durante a pandemia, exigindo da reitoria o fornecimento de EPIs, a contratação de funcionários, o acesso à vacinação para trabalhadores efetivos, terceirizados e residentes. As conquistas dessas mobilizações mostram que a organização dos trabalhadores pode fazer frente aos desmandos dos governos.

Nesse contexto, tivemos a triste notícia do falecimento do funcionário Adilson Áureo Sanxes, engenheiro da Superintendência do Espaço Físico da USP, vítima de COVID-19.

Os funcionários da SEF escreveram uma emocionante moção de pesar pelo falecimento do colega Adilson, que faleceu em 06/04/2021:

"Ingressou na USP em 2014 era formado em Engenharia pela Universidade de Guarulhos. Na SEF exercia com maestria a função de Engenheiro de Estrutura.

Os colegas lamentam profundamente a morte de Adilson e fazem uma pequena homenagem ao amigo. Publicamos a seguir depoimento de Gabrieli Bomfim Pedrelli que também foi publicado em nota do Sindicato dos Trabalhadores da USP:

"Adilson, "grande Adilson", era assim que costumava chamá-lo. Por ser um homem forte, reservado, de coração gigante, sincero e ético.

Além da paixão pela engenheira civil, Adilson era amante dos animais. Como ele me dizia "lá em casa, pra onde você olha, você vê um cachorro", e no rolo da câmera do celular, ele mostrava as fotos que ele tirava, enquanto me dizia os nomes de cada um.

Eu sempre falava pra ele o tamanho da minha gratidão, por ele sempre estar ali pra mim, por me ajudar, por me dizer sempre o caminho, apontar e dizer: é bem por ali que você deve seguir.

Em todas as viagens que pude fazer até hoje, eu sempre voltava com uma lembrança para o Adilson, entregava pra ele e dizia: "lembrei do senhor", e logo ele respondia: "ohh Gabi, obrigado, isso melhora o dia.""

Hoje ele se foi, deixou um legado de persistência e honestidade. Lutou bravamente como o Grande Adilson. Venceu. Talvez não como queríamos, mas venceu do jeito dele. Descansou.
O vazio da mesa ao meu lado vai ficar, independente de quem substitua um dia. Lembrarei das nossas conversas e risadas sempre. Não é a distância que separa. É o silêncio.

Vai em paz, Grande e eterno Adilson."

Publicamos também outros depoimentos de colegas de trabalho que nos chegaram.

Diz Luiz Nascimento (engenheiro eletricista):Adilson, gente fina, mesmo sendo um antagonismo. Tínhamos um colega, um amigo muito bacana e divertido do nosso lado. Me lembro dele contando que numa batida policial, ele em sua moto, o guarda implica com uma lâmpada queimada. Aí o Adilson pro guarda: " Vc tá de brincadeira que vai me multar por causa de uma lâmpada? Logo vai querer levar minha moto! É brincadeira!" O guarda: " Desce, sua moto tá presa!" Só o Adilson mesmo!

Clarice Degani (Chefe de Serviço de Projeto de Engenharia) declarou: "quando penso em Adilson, as palavras são homem forte, bravo e muito correto!"

Por sua vez Geraldo José Vicente Cruz (Técnico de Obras) disse: "o Adilson era um cara muito bacana, educado e gente boa. Sempre quando ele chegava na SEF me cumprimentava. Fazia questão de pegar na mão. Era atencioso, gostava de conversar. Almoçamos juntos diversas vezes. Era um grande companheiro.
Vou sentir muita falta dele.

Nos solidarizamos com os colegas de trabalho, com a família e os amigos.

Adilson, presente!




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