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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO | Mais um troca-troca no MEC: Bolsonaro diz que Feder está fora e busca novo privatista

sábado 4 de julho de 2020 | Edição do dia

Segundo afirmam aliados de Bolsonaro, Renato Feder, o mais atual nome que havia sido indicado para o ministério da Educação, é mais um que entra para a lista de escanteio. Devido a pressão que recebeu de diversos setores, particularmente evangélicos e militares, Bolsonaro desistiu de sua indicação, antes de sua nomeação. É o que afirma a CNN.

O troca-troca de ministros expõe uma dificuldade enorme de Bolsonaro conseguir fechar nomes que estejam em comum acordo diante de todas as múltiplas frações burguesas dentro do próprio governo. O balaio ali formado não pode comportar tantas intenções autoritárias e gananciosas ao mesmo tempo. É nesse sentido também que há 50 dias o posto principal no Ministério da Saúde segue ocupado por um militar interinamente.

Temos clareza do que significaria um novo ministro; tanto da saúde como da educação: sejam mais ou sejam menos bolsonaristas (e, portanto, mais aliados ou menos aliados aos interesses do centrão, mais ou menos aliados às cúpulas das igrejas evangélicas e dos obscurantistas, mais ou menos aliados ao autoritarismo judicial, etc…), o que se sobrepõe às divergências é que se trataria, necessariamente, de uma figura fielmente atrelada aos interesses dos grandes empresários e comprometidos com o grande capital financeiro. Todos os ministros da educação anteriores tiveram essa marca, altamente comprometidos com a educação privada e os grandes tubarões da educação, além de fortemente obscurantistas e, como Weintraub fez questão de demonstrar, de traço e feitio fascistóides.
Por que este seria diferente?

Sem dúvida espremido diante da enorme crise política deixada por Weintraub, o próximo ministro da educação não poderia ser tão afrontosamente contrário ao STF e aos atores do autoritarismo judicial, portanto, teria de necessariamente ser uma figura “conciliadora”. Entretanto, isso parece ser cada vez mais difícil para Bolsonaro, e mesmo para as diferentes frações burguesas que não se satisfarão tão cedo em suas disputas de poder por tão pouco.

Há que seguir acompanhando para ver qual será a nova inescrupulosa figura que ocupará esta cadeira e, sem dúvida, também há que preparar a subjetividade e a organização de milhões de jovens estudantes em todo o país, que já demonstraram ser um pilar vivo da oposição (essa, uma oposição real) ao bolsonarismo, como vimos o ano passado.




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