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PORTO ALEGRE | Marchezan ataca liberdade de expressão para governar contra a população

Quase seis meses se passaram desde a posse do novo prefeito de Porto Alegre. Os resultados foram menos as “promessas” feitas em campanha do que o velho jeito linha-dura, anti-popular e autoritário de governar, que deu o tom da política do tucano de Marchezan Jr.

terça-feira 16 de maio de 2017 | Edição do dia

Ele vem atacando a liberdade de expressão para governar contra a população. Os casos mais absurdos foram divulgados recentemente, onde trabalhadores da Carris terão seus perfis de Facebook vasculhados e podem sofrer sanções a depender do que compartilham.

Ao mesmo tempo, inúmeros rodoviários estão sendo bloqueados das postagens do prefeito por denunciar as péssimas condições de trabalho na categoria. Em pleno 13 de maio, durante uma marcha anti-fascista, a prefeitura movimentou um efetivo de dezenas de policiais para reprimir o ato e prender uma ativista. Marchezan apela para a linha-dura para calar os que se indignam com a situação e seguir seus planos de ataques.

Veja uma lista de alguns:

autorizou o parcelamento de salários dos servidores

atacou e ameaçou rodoviários depois da greve geral do 28 de Abril

ameaçou extinguir o cargo de cobrador

promessas e promessas de vender a Carris

aumentou a passagem para R$ 4,05 para defender os interesses dos empresários

vem avançando na repressão policial contra quem luta, prendendo uma lutadora por pixar

atraso no pagamento do salário de inúmeros trabalhadores terceirizados da limpeza

pacote que acaba com o direito à reposição inflacionária dos servidores municipais

em meio à crise, dobrou os salários de seus secretários

extinção e reorganização de secretarias à la Sartori

decretou de maneira autoritária projeto que altera a escala de trabalho dos educadores

reduziu carne na merenda das escolas

expulsou trabalhadores informais do centro

avançou na terceirização ao renovar convênio ilegal

Tão grande quanto a lista de ataques é a cara de pau do novo prefeito e também a paciência da população. Professores, estudantes, jovens, rodoviários, ativistas, garis, distintos setores da população vem denunciando e resistindo às arbitrariedades e ataques do tucano. O abuso mais recente, e tão escandaloso quanto a quantidade de absurdos da nova prefeitura, foi o verdadeiro clima de ditadura instaurado dentro da Carris com a nova política “tipo AI-5”.

A história é velha: perseguição e punição àqueles que saírem da linha dentro da empresa. Agora a nova política da Carris é de vigiar os seus funcionários, tudo o que postam dentro do Facebook, com o risco de sofrerem punições ou até mesmo demissões. Trata-se de um claro desrespeito à liberdade de expressão e opinião que Marchezan quer impor àqueles que discordam de seus planos, em especial o de privatizar a centenária empresa de transporte público.

Combinado a isso, comentários e perfis de rodoviários que comentam criticamente nas postagens do prefeito são apagados e bloqueados. O medo que a prefeitura tem é de que as denúncias de quem trabalha na empresa venham a público. E não qualquer denúncia, mas sim os absurdos que as chefias fazem com os trabalhadores, as péssimas condições de trabalho da categoria (que nas empresas privadas é ainda pior, em alguns casos), as verdades que o prefeito quer esconder. Assim governa o herdeiro da ditadura que se mascara de “nova política” para implementar a velha política que o PSDB agora implementa junto ao governo Temer contra a população, como a reforma da previdência, a lei da terceirização irrestrita, a reforma trabalhista, etc.

Assim vai o novo governo, perdendo credibilidade e mostrando à população como governa para os ricos e contra os trabalhadores, a juventude e os mais pobres. A única maneira de resolvermos esse problema é tratarmos ele da mesma forma que os trabalhadores de todo o país estão tratando com relação à reforma da previdência e a trabalhista: com muita mobilização. O caminho que ele segue vem sendo semelhante ao de Sartori e de Temer, descarregando a enorme crise econômica nas costas dos trabalhadores e da população, a fim de que os mais ricos não tenham que pagar por uma crise que eles mesmos criaram. E isso não podemos aceitar.




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