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Cerca de 3 mil trabalhadores | Melo e Câmara aprovam fim dos cobradores. Ainda há tempo de barrar os ataques!

Sebastião Melo e sua base parlamentar conseguiram o que Marchezan e os grandes empresários sempre tentaram: a extinção do cargo de cobrador em Porto Alegre. Alegam período de transição, mas enorme ataque vai jogar milhares de cobradores no olho da rua, aumentar o desemprego na cidade e ampliar os lucros de um punhado de capitalistas. Ataque contou com auxílio do sindicato, que fez de tudo para que a greve não saísse hoje, mas ainda há tempo de fortalecer a luta e barrar esse ataque!

quinta-feira 2 de setembro de 2021 | Edição do dia

Sebastião Melo dando discurso anti-povo na Câmara Municipal

O resultado da votação foi 21 votos favoráveis ao ataque e 12 votos contrários, com nenhuma abstenção.

Hoje há cerca de 3 mil cobradores em Porto Alegre. São homens e mulheres, pais e mães de família, que movimentam a cidade todos os dias. São trabalhadores que se expuseram durante a pandemia, muitos adoeceram, outros perderam suas vidas, sem ganhar um centavo a mais. Foram os últimos a serem vacinados e os primeiros a seguirem trabalhando mesmo quando a cidade estava quase toda fechada. Melo e a direita liberal se aproveitaram do limite de pessoas na Câmara para aprovar um ataque nefasto contra esses trabalhadores, o transporte público e todos os usuários da capital gaúcha.

O objetivo? Modernizar o transporte? Melhorar o transporte? Criar novos empregos? Nem perto disso… o objetivo é simplesmente cortar gastos das grandes empresas para os empresários lucrarem mais com o transporte precário. A direita chama demissão de “modernizacão”, mas na verdade é aprofundar o projeto de Brasil de Bolsonaro na cidade, onde os trabalhadores estão sendo massacrados sem direitos e sem emprego, enquanto os grandes empresários lucram horrores.

Esse ataque vai jogar ainda mais água no moinho do desemprego na cidade, que já conta com dezenas de milhares. Vai precarizar o transporte e tornar o trabalho do motorista ainda mais inseguro, tendo que cuidar do volante e da roleta ao mesmo tempo. As filas nas paradas vão aumentar na mesma proporção que os lucros dos barões dos transportes.

Esse foi o primeiro de uma onda de ataques aos rodoviários e ao transporte. O próximo passo é vender a Carris para os empresários. Dizem que dá prejuízo, mas os empresários estão loucos para colocar as mãos nessa empresa centenária. A Carris, assim como os cobradores e motoristas, salvaram o transporte público durante a pandemia, já que os empresários se negaram a rodar as linhas deficitárias. Depois Melo quer aprovar o fim das isenções, para dificultar ainda mais a vida dos mais pobres.

Esse ataque brutal contou com o auxílio do Sindicato dos Rodoviários, que fez de tudo para que os trabalhadores não fizessem greve nessa quarta-feira e fizeram toda uma cena na Câmara. O Sindicato, junto com a comissão dos funcionários da Carris e os delegados sindicais (compostos por membros do PT, PCdoB, PSOL e PSTU), ajuizaram a greve e negociaram com o MPT para parar apenas na quinta-feira, com menos de 50% da frota parada. Enquanto isso, no parlamento, os vereadores da oposição negociaram com a base de Melo para não votar o projeto nessa quarta-feira. Parecia uma “grande” jogada, mas na verdade a traição estava contida em toda essa movimentação.

O acordo entre PT, PCdoB, PSOL e a base de Melo não durou nem 2 horas. Claro, não é possível confiar na direita. Ao cabo da reunião de líderes, a bolsonarista Comandante Nádia propôs a votação e logo a presidência da casa colocou para votar. A oposição ficou a ver navios, enquanto os trabalhadores rodavam Porto Alegre sem poder fazer nada. Confiar na benevolência da direita bolsonarista ou liberal, como esses partidos fizeram, é um erro inadmissível e que abriu espaço para que o ataque fosse aprovado sem a resistência necessária.

A greve de segunda-feira passada mostrou que havia enorme disposição para parar a cidade contra esse ataque. No início de 2020 os trabalhadores da Carris e também das privadas fizeram forte mobilização que conseguiu barrar o ataque de Marchezan à época. Agora o Sindicato conseguiu a proeza de, junto com os membros das comissões de funcionários, passar uma greve com apenas 35% da frota parada. No entanto o projeto ainda depende da sanção de Melo e a ação dos trabalhadores neste momento é decisiva. A luta dos rodoviários tem amplo apoio entra a população e pode ser um grande exemplo para toda nossa classe. Para isso, é necessário tirar as lições dessa votação de hoje e confiar apenas nas forças dos próprios trabalhadores em aliança com a juventude, os usuários do transporte e trabalhadores da cidade.

Nós do Esquerda Diário estaremos ao lado da categoria em todas as medidas de luta contra esses nefastos ataques. Desde a segunda-feira passada, colocamos a necessidade de se construir um grande fundo de greve, com apoio ativo de sindicatos, centrais sindicais e parlamentares, para fortalecer a mobilização dos trabalhadores. É preciso que o sindicato convoque urgentemente uma assembleia geral unificada, dos rodoviários da Carris e das privadas, para organizar uma forte greve contra Melo e o conjunto dos ataques. Além do mais, é preciso tornar o apoio popular a essa luta em um apoio ativo, com comitês de apoio à luta dos rodoviários e tornar essa mobilização em uma grande batalha contra a direita bolsonarista e os grandes empresários na cidade.




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