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DESIGUALDADE | Menos de 5% dos filhos de pessoas sem instrução têm ensino superior completo

Segundo o economista Paulo Tafner apenas 4,7 dos filhos de pais sem instrução completam o ensino superior, enquanto há maior chance de filhos de pais graduados seguirem o mesmo caminho.

quarta-feira 25 de novembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Pensar a Educação, Pensar o Brasil

A cada 100 pessoas que são filhas de pais sem instrução, 70 chegam no máximo ao fim do ensino fundamental e 4 ou 5 chegam a concluir uma graduação no Brasil. Os dados são do economista Paulo Tafner, que afirma também que, para os filhos de pais que têm no mínimo o ensino superior completo, a tendência é também completarem uma graduação.

Os dados mostram uma desigualdade educacional, mas, mais amplamente, social, que tange renda, acesso à saúde, moradia, saneamento básico, e, atravessando todos esses fatores, identidade racial.

O Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social, presidido por Tafner, compilou dados da OCDE que calculam em média 9 gerações para que uma pessoa de baixa renda ascenda socialmente até a média brasileira. O cálculo parte, no entanto, da premissa da possibilidade de ascensão social nos marcos do sistema econômico social vigente.

A constituição brasileira, apesar de prever o acesso à educação para todos, já continha contradições desde a sua fundação que restringiam a aplicação plena desse direito. Pactuada com os atores do regime anterior à democracia de 88, essa constituição encontra-se hoje repleta de emendas, sobretudo as aprovadas nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, que aumentam ainda mais a desigualdade social e educacional. São exemplos a reforma do ensino médio, a PEC do teto de gastos e as reformas trabalhista e da previdência.




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