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CPI COVID | “Ministério paralelo” ao da Saúde aconselha Bolsonaro na gestão negacionista da pandemia

Segundo documentos entregues à CPI da Covid, pelo menos 24 reuniões ocorreram no Palácio do Planalto ou no Palácio da Alvorada para aconselhar o presidente sobre a pandemia por fora do Ministério da Saúde. Negacionistas como Carlos Bolsonaro (filho “zero dois” de Bolsonaro, Republicanos-RJ) e Osmar Terra (MDB-RS) participaram da organização desse genocídio.

sexta-feira 28 de maio de 2021 | Edição do dia

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro estiveram em pelo menos cinco reuniões para tratar de temas relacionados à pandemia, pedidos de ajuda a apoiadores, governadores, economia e outras áreas, três dessas foram por vídeo conferência. Em uma dessas reuniões por vídeo conferência Tercio Arnaud participou. Para quem não sabe Arnaud foi braço direito de Carlos Bolsonaro no chamado “gabinete do ódio”, bunker digital que espalhava fake news negacionistas e a favor de Bolsonaro enquanto as mortes aumentavam dia após dia e faltava oxigênio em Manaus.

Osmar Terra participou de pelo menos 11 reuniões sendo que em 4 delas consta na agenda do presidente encontros somente entre ele e Bolsonaro. Osmar Terra é um dos principais conselheiros negacionistas do presidente e esteve presente em reunião com Pazuello quando este tomou posse. São apontados como membros do ministério paralelo também Fabio Wajngarten (ex-secretário de comunicações), Felipe Martins (assessor internacional da Presidência), o advogado Arthur Weintraub (irmão do ex-ministro da educação) e o empresário Carlos Wizard.

Além dos documentos da Casa Civil da Presidência da República, o ex-secretário Wajngarten admitiu em depoimento que participou de reuniões de negociação com representantes da Pfizer, ocasião em que o governo abriu mão de adquirir 70 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus. Isso comprovaria a existência dessa consultoria paralela ao ministério da saúde.

A CPI da COVID, com Renan Calheiros (MDB-AL) à frente tem sido cirúrgica em desgastar Bolsonaro eproteger outras alas do regime como o próprio general Pazuello e seus negócios obscuros na Amazônia, bem como governadores. Por isso não podemos confiar que a CPI da COVID vai punir os crimes capitalistas da pandemia ou da crise descarregada sobre nossa classe. A única saída para nossa classe é a unidade nas ruas contra Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas para que esses crimes sejam levados à tribunais populares erguidos pela mobilização que pode impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para que seja o povo a decidir os rumos do país. No próximo sábado, amanhã (29), é de suma importância que a juventude junto com a classe trabalhadora saia as ruas superando o silêncio das centrais sindicais e dos partidos de esquerda que querem esperar até 2022. Não podemos esperar mais nenhum segundo e ficar assistindo nossos companheiros e companheiras serem levados por essa pandemia nas mãos sujas de sangue de Bolsonado, dos militares, governadores, do STF golpista e dos capitalistas.




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