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Garimpo assassino | Ministro de Lula apoiou ‘PL da Grilagem’, também responsável por crise Yanomami

No último sábado, Lula visitou a Terra Indígena Yanonami (TIY) acompanhado de parte de seus ministros. Entretanto, Carlos Fávaro (PSD), atual ministro da agricultura, não estava presente. No governo Bolsonaro, Fávaro foi linha de frente em defender o ’PL da Grilagem’, a marca da política genocida do governo Bolsonaro. Talvez por isso o atual Ministro de Lula não deu as caras em TIY.

quarta-feira 25 de janeiro de 2023 | Edição do dia

As notícias que circulam sobre a situação dos povos yanomamis são brutais. São mais de 500 mortes, incluindo muitas crianças. Essa situação se agravou muito a partir de 2016 com o golpe que levou Temer à presidência e ainda mais com Bolsonaro.

Parte importante dessa política foi o "MP da Grilagem", assinado por Bolsonaro em 2019. Posteriormente transformado no PL 500/21, tomou o nome de "PL da Grilagem", de autoria do Senador Irajá (PSD). O mesmo PSD que Lula deu dois ministérios. O objetivo desse projeto é beneficiar os grandes latifundiários, dando total liberdade para invadirem terras indígenas e públicas, ampliando a cobertura da lei para extrativismo de todo tipo, assim como legalizar as invasões de terras realizadas pelo grande agronegócio nos últimos anos.

Leia também: Justiça aos Yanomami! Bolsonaro, militares, o Estado e o agronegócio são responsáveis!

Este projeto de lei, após ser aprovado pela Câmara liderada por Arthur Lira, ficou pendente de aprovação no Senado. Foi então que, em dezembro de 2021, o atual ministro da agricultura, Carlos Fávaro, ainda senador e parte do centrão que apoiava Bolsonaro, emitiu uma moção de apoio ao PL. Alterou alguns pequenos pontos no projeto, mas manteve o central do ataque original de Bolsonaro e escrito por seu colega de partido. Ou seja, Fávaro foi linha de frente em acelerar a aprovação de um duro ataque aos povos indígenas, tudo para atender a sede de lucro do grande agronegócio.

Lula, após visitar um hospital indígena e a Casa de Saúde Indígena em Boa Vista, disse:

"Não vai mais existir garimpo ilegal. Eu sei das dificuldades de tirar o garimpo ilegal. Sei que já se tentou e eles voltam. Mas nós vamos tirar".

A questão é que é impossível acabar com o garimpo ilegal tendo como ministro um dos sujeitos que representa esse setor. Tampouco a PF e o STF vão garantir isso, pois foram cumplices nesses últimos anos. Parece ironia, mas a realidade é que o máximo que reacionários como Fávaro e seus aliados do PSD podem fazer para acabar com o garimpo ilegal é legalizá-lo. Na realidade, Lula montou seu governo com vários aliados do grande agronegócio, como Simone Tebet, atual ministra do planejamento e orçamento.

Os yanomamis denunciam que o garimpo os está matando diariamente. Em 2021, os povos indígenas deram um exemplar combate contra o Marco Temporal. É esse setor, aliado aos trabalhadores do campo e da cidade, que pode derrotar os avanços assassinos do grande agronegócio e lutar por justiça por todos os yanomamis. Por essa via impor um programa de expropriação das empresas ligadas ao garimpo e ao extrativismo, colocando seus recursos nas mãos dos povos indígenas. Além disso, é necessário uma ampla reforma agrária para acabar com o latifúndio, expandindo e protegendo os territórios indígenas e as áreas de proteção ambiental. Essa é a única via de acabar de fato com o genocídio que ocorre contra os povos indígenas e colocar os recursos naturais a serviço das necessidades das maiorias, e não do lucro de um punhado de capitalistas.




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