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DENÚNCIA | Motorista de App é obrigado a pagar taxa indevida após roubo e ainda é impedido de trabalhar pela Uber e 99

Motorista de aplicativo, por meio da Rede de Precarizados, impulsionada pelo Esquerda Diário e trabalhadores precários, relata as péssimas condições de trabalho às quais estão sujeitos, como o alto aluguel de carros, alta taxas de franquias das locadoras de veículos, e punição severa dos aplicativos caso o motorista venha a passar por um acidente ou um roubo do carro, porém sem nenhum direito ao trabalhador.

quarta-feira 5 de agosto de 2020 | Edição do dia

Através de uma forte denúncia, um motorista de aplicativo no relatou as condições precárias do trabalho “uberizado”. O trabalhador anunciou que são cobradas altas taxas dos ganhos do motorista pelo aplicativo, chegando a ser de 32% de sua renda, ou seja, um terço do que ganha vai para aumentar os lucros de grandes empresas como a 99 Táxi e a UBER. Outro ponto que ele destaca é o das grandes cobranças de alugueis por parte das locadoras de veículos. Essas locadoras vêm aumentando os alugueis dos veículos dada a maior quantidade de trabalhadores estão à procura de emprego como motorista de aplicativo e não têm condições financeiras de ter o seu próprio carro, com isso duplicam a exploração de trabalho do motorista, que vive para pagar o aluguel do veículo e produzir o lucro dos aplicativos.

Na sua experiência de apenas quatro meses com o aplicativo, este trabalhador teve o carro roubado, porém recuperado em torno de 2 horas e sem nenhum dano material. No entanto, teve seu trabalho imediatamente suspenso pela empresa, e ficou sem poder alugar outro carro pois tinha que arcar com a franquia antirroubo da locadora no valor de R$ 6000,00. Ele também afirma que não há qualquer direito ao motorista que seja fornecido pela empresa, seja em caso de acidente sofrido ou em caso de roubo e até morte do trabalhador. Nas suas palavras a empresa os entende como descartáveis que podem ser substituídos a qualquer momento, possibilidade aberta devido a profunda precarização do trabalho imposta.

É fundamental que este relato nos indique que a saída para a precarização da vida e do trabalho seja uma saída pela luta de classes, que só pode ser de fato vitoriosa pelas mãos e pela organização dos trabalhadores que estão sujeitos a estas condições em plena pandemia que já matou mais de 90 mil no Brasil, sem contar a enorme subnotificação, em consequência da política de Bolsonaro totalmente negacionista contra a população trabalhadora mais pobre e em sua maioria negra. Os entregadores de aplicativos já vieram, através de duas paralisações, avançando no sentido de conquistarem mais direitos às suas vidas em risco no trânsito e uma qualidade melhor de trabalho, como aumento das taxas de entrega e fim dos bloqueios indevidos.

Nós do Esquerda Diário damos todo apoio à luta dos precarizados, e reivindicamos uma saída da nossa classe para esta crise. Com o Fora Bolsonaro e Mourão, também levantamos que todos os desempregados tenham uma renda mínima de R$ 2000,00, que as demissões sejam proibidas, que haja uma regulamentação do trabalho em aplicativos, pelo fim da precarização, por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana para que sejam os trabalhadores a decidir os rumos de uma crise capitalista que não foram eles que criaram mas que estão pagando diariamente com suas vidas mortas sem acesso à saúde qualidade, pelo desemprego ou pelo brutal saque de seus direitos através das grades empresas que controlam o mercado de trabalho.




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