×

Governo Bolsonaro | Mourão debocha das torturas do período da ditadura

No último Domingo (17/04), a jornalista da Globo Míriam Leitão divulgou a existência de áudios que comprovam a existência de práticas de tortura durante o período da ditadura militar que durou de 1964 a 1985.

segunda-feira 18 de abril de 2022 | Edição do dia

Como consequência, isso causou furor entre a base governista de Bolsonaro, principalmente no partido Militar ao qual se inclui o Vice-Presidente Hamilton Mourão que expôs o que pode ser chamado de escárnio sobre a investigação dos militares torturadores da ocasião: “Vai trazer os caras do túmulo de volta?” - Questiona o vice de Bolsonaro em claro tom de deboche.

Leia aqui: Áudios secretos do Superior tribunal militar revelam torturas brutais no DOI-Codi durante a ditadura militar

Não é de hoje que vemos a negação ao período ditatorial, sendo chamado por muitos de “revolução contra o comunismo”. Exemplo disso foi a histórica reportagem de um dos maiores veículos da máquina imperialista estadunidense, publicada em 1960, o New York Times, onde um de seus correspondentes foi enviado aqui para o Brasil para investigar um campo de camponeses em Pernambuco que auxiliava no sepultamento dos mortos da ditadura. Em resumo, o veículo disseminou o que chamaríamos hoje de fake news em que os acampamentos estavam treinando militantes comunistas com o intuito de formar um exército de 40 milhões.

Sobretudo, os áudios divulgados totalizam 10 mil horas que, segundo a reportagem do G1, estão sendo ouvidos e analisados pelo historiador Carlos Fico da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Dentre os áudios há vozes como a do general Octávio onde defende que se haja um órgão de defesa dos direitos humanos interno das forças armadas, mas que ao mesmo tempo o setor busque averiguar melhor as acusações para que a “revolução” (golpe de 64) e as instituições militares não sejam desmoralizadas frente ao povo. O mesmo general cita relatos de alguns dos réus sobre uma grávida que abortou por frequentes torturas sob choque elétrico em sua região genital. O militar se mostra em cima do muro onde por um lado é contra as práticas de tortura, mas luta para que a instituição não seja manchada, tentando limpar a fama sanguinária das forças armadas.

Outros mlitares no áudio já demonstram abertamente pró-regime e negacionistas das práticas de tortura, como o almirante Julio de Sá Bierrenbach , onde basicamente diz que divulgar estes áudios é “parto cheio para os inimigos do regime” citando que a mídia jornalística e demais órgãos ligados disseminam exageros contra as instituições militares.

Cabe relembrar o momento onde o presidente Bolsonaro ovaciona o maior torturador do regime militar, durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef em 2016, o coronel Ustra. Ele é conhecido por brutalidades contra mulheres utilizando até ratos no processo, como também ordens de estupro, afogamentos, dependendo do perfil do torturado, como diz esse artigo da uol de 2019.

Saiba mais: 6 anos de golpe institucional

Ditadura nunca mais. Fora Bolsonaro e Mourão. Essas são algumas das bandeiras que nós do MRT e do Esquerda Diário defendemos onde junto com os trabalhadores e proletáriado precisamos lutar contra qualquer regime autoritário, e ao mesmo tempo temos que combater união com golpistas como o PT está fazendo na chapa Lula/Alckmin que, como no governo Dilma/Temer foi o estopim para a formação de toda a trajetória de busca pelo poder de Bolsonaro e sua corja fascista e golpista.

Defendamos uma alternativa de independência de classe, uma medida revolucionária para que os capitalistas paguem pela crise, e os reacionários pelas torturas, mortes confirmadas e desaparecimentos durante o regime militar de 1964.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias