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RACISMO | Mulher sofre racismo em shopping no DF

Na última sexta, 4, Maria do Amparo, foi vítima de racismo e acusada de trocar etiquetas no Santa Maria Shopping. "Fui humilhada, todo mundo me olhando o shopping na frente dos meus netos", disse em um vídeo publicado nas redes sociais de um dos seus netos.

domingo 6 de setembro de 2020 | Edição do dia

Nessa sexta, Maria do Amparo foi ao shopping com seus netos, resolveu aproveitar de uma promoção na loja Magazine da Economia e comprar roupas para as crianças, ao chegar no caixa a funcionária quis cobrar mais do que, de fato, custariam o total das 12 peças. Maria questionou e a funcionária da loja de departamento disse que ela havia trocado a etiqueta de uma das peças para pagar menos.

Maria contestou a funcionária dizendo que não havia trocado as etiquetas e, logo mais, o gerente chegou e a expulsou da loja.

Indignada, afirmou para o gerente que só estavam fazendo isso com ela, em frente de seus netos, pois todos eram negros e pediu, então, para verificarem as câmeras de segurança para ver se ela realmente tinha trocado as etiquetas, o gerente recusou e falou que veria as câmeras quando estivesse sozinho. No fim, ainda disse para que Maria de forma desdenhosa que ela "fosse procurar seus direitos’

Junto de seus netos saiu do Santa Maria Shopping e fez um boletim de ocorrência na delegacia.

Após muita repercussão na internet, o Santa Maria Shopping publicou uma nota de repudio ao acontecimento.

Infelizmente, esse não foi um caso isolado de racismo, essa é a realidade cotiana da mulher negra, não se pode nem frequentar uma loja sem ser relembrada que a cor da sua pele no sistema capitalista é sinônimo de menosprezo. No país com mais negros fora da África, a precarização da vida e do trabalho tem rosto de mulher, negra. São elas que ocupam os piores postos de trabalho e ganham até 60% a menos que um homem branco. São elas que mais morrem por abortos clandestino, são elas que mais temem as mortes de seus filhos pela polícia e pelo Estado racista.

Em meio à crise capitalista e a inúmeros casos que escancaram ainda mais o caráter racista desse sistema, seja no coração do imperialismo ou aqui no Brasil, vemos o que está reservado a população negra todos os dias: exploração e opressão aos trabalhadores, jovens, negros, mulheres e LGBTS.

Nós do Esquerda Diário, nos solidarizamos imensamente com Maria, sua família e toda população negra, colocando nossa mídia independente à serviço das e dos trabalhadores para receber denúncias a esses e todos os tipos de ataques, informações e opiniões. Basta desse racismo institucional cujo pilar é um judiciário golpista capaz de dar segurança àquele gerente de falar a essa mulher que mandasse procurar "seus direitos", na certeza que seus patrões estariam protegidos pela impunidade.

A caneta dos juízes está ao lado de Bolsonaro e Ibaneis, que ganham sempre sentenças permitindo o extermínio da maioria da classe trabalhadora que é negra, seja por meio de assassinatos da polícia, pela imposição do trabalho precário sem nenhuma garantia de testes ou EPIs ou pela morte em razão da fome e do desemprego. Que sejam os capitalistas como os donos da Magazine da Economia que paguem com seus próprios lucros pelo sofrimento que a família de Maria do Amparo e de todas os operários negros e negras do país têm passado para garantir a ganância da burguesia.

Para entrar em contato com o Comitê Esquerda Diário no Centro-Oeste, escreva para: [email protected].




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