Em visita a Porto Alegre, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu a compra de vacinas pelo setor privado, pois isso poderia "acelerar a vacinação". Na verdade, isto apenas legaliza que ricos e empresários poderiam furar a fila da vacina, comprando suas próprias doses, enquanto o resto da população espera sua vez em meio a falta de vacinas.
quinta-feira 8 de abril de 2021 | Edição do dia
(Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Queiroga disse que não iria comentar sobre a lei aprovada no Congresso Nacional que permite a compra de vacinas pelo setor privado, sem doação ao SUS, e disse apenas que a "lei deve ser cumprida".
Ele defendeu ainda a logística brasileira, afirmando que o país estava conseguindo atender a demanda por oxigênio, apesar de diversos estados apresentarem problemas com abastecimento e pacientes terem que dividir cilindros de oxigênio e respiradores.
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Mostrando sua veia privatista, ele reivindicou a atuação da iniciativa privada na pandemia. "Ontem mesmo recebemos concentradores de oxigênio de uma empresa privada e agora é momento de união no país e não ficar falando de furar a fila."
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No momento de recorde de mortes, colapso do sistema de saúde em diversos estados e atrasos na vacinação, a quebra das patentes das vacinas tem grande importância, pois permitiria verdadeiramente avançar com a vacinação massiva da população muito mais rapidamente, e não dos poucos ricos que puderem comprar.
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