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Dia Internacional das Mulheres | Nesse 8M batalhar por Justiça para os casos de machismo na UFF: a reitoria é responsável

Neste 8 de março, dia internacional de luta das mulheres, se fazem necessários fortes atos de rua para batalhar pela derrota de Bolsonaro, Mourão e Damares, pela revogação da reforma trabalhista e pelo direito ao aborto. Na UFF, o último periodo foi marcado pelo caso de Vanessa Rodrigues, a estudante que foi vítima de estupro por um professor e não contou com nenhum apoio da Reitoria, e pelo caso de assédio sofrido por duas trabalhadoras terceirizadas na moradia estudantil, que seguem tendo que trabalhar até hoje na presença do seu assediador. A situação do machismo na UFF é expressão de um país governado pela extrema-direita de Bolsonaro, Mourão, Damares e consequência de ataques como a reforma trabalhista, que além de ser responsável por matar Moïse, precarizou ainda mais os vínculos trabalhistas, com as terceirizadas tendo ainda menos direitos do que os trabalhadores efetivos. Mas além disso, é responsabilidade da Reitoria que se omitiu frente aos casos de machismo na Universidade, portanto, frente ao 8M é papel do Movimento Estudantil batalhar por justiça aos casos de machismo e pela responsabilização dos agressores.

Faísca - UFF@faiscajuventude

terça-feira 8 de março de 2022 | Edição do dia

O Brasil governado pela extrema-direita de Bolsonaro, Mourão e Damares é marcado pelo aumento dos casos de violência contra a mulher. Mari Ferrer foi uma das vítimas do conjunto do regime que se degradou ainda mais após o golpe institucional de 2016, impondo uma agenda de ataques à classe trabalhadora e aumento dos casos de machismo, racismo e xenofobia, política iniciada por Temer e acentuada pelo Governo reacionário de Bolsonaro.

Como não poderia deixar de ser, esta conjuntura reflete na UFF. Por um lado, os últimos anos foram marcados por ataques do Governo Federal ao orçamento da Universidade, e por outro, vemos a impunidade dos agressores frente aos casos de machismo dentro dos câmpus da UFF, duas faces de um mesmo projeto de extrema-direita que impulsiona e defende tais ataques. Mas os casos de machismo na UFF vão além de Bolsonaro, Mourão e Damares: a Reitoria é responsável ao ser conveniente e se omitir frente às denúncias de assédio e estrupo feitas por estudantes e trabalhadoras, não buscando responsabilizar os agressores.

Reforma trabalhista, assédio às terceirizadas da Moradia Estudantil e a necessidade da efetivação sem concurso

Ao longo de 2021, duas trabalhadoras terceirizadas da Moradia Estudantil (ME) denunciaram à Reitoria os assédios sistemáticos que vinham sofrendo por parte de um estudante que habitava a ME. Em primeiro lugar, a Reitoria ignorou as denúncias; depois, pressionada por uma assembleia e abaixo-assinado de estudantes da Moradia que se solidarizaram com as trabalhadoras, abriu uma sindicância cheia de absurdos, que mesmo com promessas de rapidez, segue até hoje em aberto.

Enquanto isso, as trabalhadoras terceirizadas seguem trabalhando cotidianamente na presença de seu agressor. Durante a sindicância, não foram dadas condições para que as trabalhadoras conseguissem expor as violências sofridas no último período: foram colocadas frente ao agressor, pondo em risco a integridade das trabalhadores e da própria sindicância, visto o constrangimento para as trabalhadoras de terem que falar a verdade sobre as violências sofridas na frente do acusado. A reitoria é responsável por essa humilhação.

Que nenhum estudante da UFF fique para trás: a comunidade acadêmica precisa decidir sobre o retorno

Esta situação reflete o nível de precarização imposto pela terceirização, só acentuada pela reforma trabalhista: os estudantes conseguiram mostrar, a partir do regimento da Moradia, que seria viável o afastamento temporário do morador acusado até o fim da Sindicância para que as trabalhadoras não precisassem passar pelo trauma de encontrar seu assediador cotidianamente. No entanto, a resposta de membros da Reitoria é que o Regimento da Moradia Estudantil seria para administrar a relação entre “estudantes e funcionários”, fazendo uma diferenciação absurda entre efetivos e terceirizados.

Por isso, frente ao 8M, nós da Faísca levantamos a bandeira da importância de lutar contra a reforma trabalhista e pela efetivação dos terceirizados sem necessidade de concurso. A maioria dos trabalhadores terceirizados da Universidade são mulheres negras que ficam expostas a vínculos precários e instáveis de trabalho. É papel do Movimento Estudantil responsabilizar a Reitoria que se orgulha de demitir terceirizados na pandemia em nome de cortar gastos e que se omite frente ao assédio dos setores mais precários da Universidade. A mesma reitoria que se omitiu frente a esses casos é a que ignorou o caso de Vanessa Rodrigues, a estudante que foi estuprada por um professor da Universidade. É preciso responsabilizar os agressores!

Por um Movimento Estudantil à serviço dos estudantes e dos trabalhadores

Como Juventude Faísca, colocamos o Esquerda Diário a disposição dos moradores da Moradia Estudantil que queriam enviar relatos de denúncias em defesa das terceirizadas e em repúdio aos assédios. Estivemos presentes no ato marcado para o dia da primeira sessão da sindicância e no ato contra o assédio na UFF.

Ao longo de todas estas batalhas que travamos ao lado das trabalhadoras e estudantes da Universidade, que só tem sua importância reforçada frente ao 8 de março no Brasil comandado pela extrema-direita, o DCE da UFF composto pelo PT, PC do B e Kizomba se absteve de lutar, preferindo se manter ao lado da Reitoria. Ao longo de todos esses casos, o que primou foi o silêncio do DCE que sempre defende a Reitoria, ignorando as denúncias de assédio, além de outras como a falta de alimentos e de equipamentos de proteção à pandemia na Moradia.

Por isso, nesse 8M se faz necessário a construção de blocos fortes que enfrentem Bolsonaro, Mourão e Damares mas que na UFF sirvam de impulso para batalhar por justiça para os casos de machismo, buscando construir uma fração combativa no movimento estudantil que batalhe para responsabilizar tanto a Reitoria pela omissão quanto os estudantes e professores que tenham sido responsáveis por algum ato de machismo.

Frente ao dia internacional das mulheres, exigimos que o DCE se posicione urgentemente em favor das trabalhadoras terceirizadas. Que dê peso e se mobilize para garantir justiça para as terceirizadas que estão batalhando por justiça desde abril de 2021, batalhando ao lado dos estudantes da moradia. Fazemos esse chamado também ao SINTUFF, centros acadêmicos e setores da oposição para que possamos realizar uma ampla campanha democrática em defesa das trabalhadoras e contra os casos de machismo na UFF.

Lutamos pela unidade entre trabalhadores e estudantes para que cada trabalhadora terceirizada seja efetivada sem necessidade de concurso. Igual trabalho, igual salário, iguais direitos!




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