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Posse de Lula-Alckmin | "Neste 1º de janeiro, é preciso enfrentar o bolsonarismo de forma independente do governo Lula-Alckmin", diz Pablito

Hoje, no dia 1º de janeiro, o país assiste à posse da presidência de Lula em seu terceiro mandato depois de vencer Bolsonaro nas últimas eleições. No entanto, o bolsonarismo e a extrema direita seguem com força social e por dentro das principais instituições estatais. Para enfrentar essa corja o único caminho é a luta e organização dos trabalhadores e também para isso, é preciso ter independência do novo governo de Lula-Alckmin. Veja declaração de Marcello Pablito, diretor do sindicato de trabalhadores da USP, o Sintusp, e do MRT.

domingo 1º de janeiro de 2023 | Edição do dia

Marcello Pablito, diretor recém eleito do SINTUSP e militante do MRT, declarou ao Esquerda Diário, neste 1º de janeiro:

“Neste dia de posse do novo governo de Lula-Alckmin no Brasil é preciso lembrar que o bolsonarismo e a extrema direita seguem vigente no país, seja com força social, como vimos recentemente com as ameaças golpistas de bombas em Brasília e com as manifestações em frente aos quartéis, seja com força institucional, como também vemos hoje com as posses de governadores como Tarcísio, Zema, Claudio Castro e Ratinho Júnior, representantes da extrema direita e do alto reacionarismo nos estados.

Essa extrema direita se apoia no bonapartismo dos militares, como se expressa no recente discurso de Mourão, que reivindica o governo Bolsonaro e todos os seus ataques e reformas contra os trabalhadores, como são as reformas da previdência e trabalhista e busca ser a principal oposição ao novo governo de Lula-Alckmin, que será empossado hoje.

Durante esses 4 anos de governo nos enfrentamos com o reacionarismo, o racismo e a misoginia dessa extrema direita que sempre buscou aprofundar os ataques da crise capitalista nas costas dos trabalhadores, mulheres, negros, indígenas e lgbts. Bolsonaro foi derrotado eleitoralmennte em outubro, mas está claro que para derrotar de fato a extrema direita só existe um único caminho, que é a luta de classes.

Por isso, nossa luta contra a extrema direita precisa ser independente do novo governo de Lula-Alckmin que toma posse nesse primeiro dia de 2023. Um governo que transforma sua posse hoje numa grande festa com o objetivo de canalizar todo ódio à extrema direita e seus ataques para estabilizar o regime e normalizar as instituições no país que são recheadas de representantes do bolsonarismo e da direita tradicional. O discurso de pacificação petista é justamente fazer concessões importantes para esses setores, que foram responsáveis pelos ataques e reformas aprovadas, pelo golpe de 2016 e a entrada de Bolsonaro na presidência.

Esse novo governo já conta com diversos representantes da direita, dos empresários e patrões, a começar pelo neoliberal e vice de Lula, Geraldo Alckmin, e se apoia no bonapartismo reacionário do judiciário. A posse hoje já expressa essa frente ampla e conta até mesmo com representante do governo golpista de Dina Baluarte do Peru. Além disso, o PT, junto com o PCdoB estão à frente de importantes sindicatos e entidades pelo país, como a CUT, CTB e a UNE, entidades dirigidas por burocracias que também terão seus representantes no novo governo e atuam para frear e passivizar a luta dos trabalhadores e da juventude.

A conciliação de classes não pode derrotar o bolsonarismo, pelo contrário, já vimos nos últimos governos do PT como a política de abrir espaço para a direita só fortalece a própria direita e se coloca contra os interesses dos trabalhadores e da população pobre, como também se expressa com a garantia do novo governo de que não revogarão as reformas e ataques.

Nesse 1º de janeiro estamos lado a lado com todos os que comemoram a derrota de Bolsonaro. Mas como parte de defender a independência de classe e os interesses da nossa classe precisamos defender que é preciso derrotar a extrema direita e o bolsonarismo na luta, independente do novo governo que está sendo empossado hoje e que governará o país nos próximos 4 anos, exigindo que a CUT, CTB e UNE organizem os trabalhadores e a juventude.”




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