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Eleições 2022 | No RS, Mourão é senador e 2º turno será entre reacionários Onyx (PL) e Leite (PSDB)

No Rio Grande do Sul, o tom do segundo turno foi à direita e o governo do estado terá disputa entre Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL). Contrariando as pesquisas, o vice-presidente Mourão (Republicanos) foi o primeiro colocado na disputa do senado derrotando Olívio Dutra (PT), que figurava como favorito. Edegar Pretto (PT) perdeu o segundo lugar para Eduardo Leite (PSDB) por menos de 2 mil votos.

segunda-feira 3 de outubro de 2022 | Edição do dia

Com quase 100% das urnas apuradas, Onyx teve 37,62% dos votos, Leite 26,75% e Edegar Pretto teve 26,68%. A diferença entre os dois foi de menos de 10 mil votos. Rejane de Oliveira, candidata pelo PSTU e pelo Polo Socialista Revolucionário, a única candidatura que expressava independência de classe nas eleições, obteve mais de 6 mil votos.

Na capital Porto Alegre, Lula venceu e Onyx ficou em terceiro lugar. Já no legislativo estadual, o contraste foi o desempenho forte do PT, que elegeu a maior bancada.

O primeiro lugar de Onyx contrariou as pesquisas das últimas semanas. No IPEC de 1º de setembro, Leite figurava em primeiro lugar com 40% das intenções de voto, enquanto Onyx estava em segundo lugar com 30%. O petista Edegar estava com 20%. Não só Leite ficou em segundo lugar, como só não ficou de fora do segundo turno por menos de 1%. A campanha de setores petistas pelo voto útil no Leite contra Onyx saiu humilhada, já que Edegar quase foi para o segundo turno. Edegar fez campanha pífia, totalmente adaptada aos ataques de Leite e Sartori e com um programa capaz de empolgar ninguém. Leia aqui nossa crítica à chapa Edegar/Ruas: Programa do PT e PSOL no RS conserva obra neoliberal de Sartori e Leite.

Para o senado a situação também expressa uma situação bastante reacionária no estado. Contrariando as pesquisas, Mourão levou a vaga do senado e deixou Olívio Dutra em segundo lugar. A direita saía dividida nas pesquisas entre Mourão e Ana Amélia, com Olívio Dutra em primeiro lugar. Mas novamente os centros de pesquisa se desmoralizaram. Trata-se de um fortalecimento do peso dos militares no regime, indicando a força do bolsonarismo e da alta cúpula verde oliva mesmo com eventual derrota de Bolsonaro no segundo turno no final do mês.

Mourão, eleito senador, e Onyx representam o que há de mais retrógrado e degenerado na política estadual, apoiados pelo agronegócio herdeiro da escravidão. Ambos defensores da Ditadura que perseguiu, torturou e assassinou militantes de esquerda e opositores. Inimigos dos povos indígenas e do meio ambiente, são racistas odiadores de negros e indígenas, e não esquecem de remarcar o próprio machismo e a misoginia em toda oportunidade. Juntos com Bolsonaro e o regime, foram responsáveis por mais de 685 mil mortes diante da gestão desastrosa da pandemia de COVID-19 no Brasil e foram agentes diretos de reformas e privatizações que atacaram diretamente a classe trabalhadora e os mais pobres como a reforma da previdência e privatizações como da Eletrobrás.

Edegar Pretto (PT) e seu vice, Pedro Ruas (PSOL), ficaram em terceiro lugar após uma campanha eleitoral atrelada à figura nacional de Lula e com um programa que, como apontamos aqui no Esquerda Diário, se propunha a conservar a obra de Sartori, Leite, Temer e Bolsonaro no RS, como as privatizações da Sulgás, CRM, Corsan e CEEE, sem reverter nenhum dos ataques neoliberais. À frente do CPERS e da CUT, o PT negociou barbaridades com os últimos governos, fazendo de tudo para impedir que a força dos professores em greve pudesse dobrar os arrochos e atrasos salariais do MDB e PSDB, desmoralizando essa e outras categorias.

Essa extrema direita asquerosa que se fortalece nessas eleições, que odeia os trabalhadores, os negros, as mulheres e a comunidade LGBT, não vai ser derrotada pela conciliação com setores burgueses que foram responsáveis pela sua ascensão nos últimos anos. É preciso enfrentar o bolsonarismo e a direita na luta de classes, com um programa que lute pela revogação de todas as reformas econômicas antioperárias, como a reforma trabalhista e a da previdência.

O cenário é de péssimas perspectivas para os trabalhadores e a maioria da população. Se Leite representou a continuidade do programa neoliberal de Sartori, de privatizações e reformas anti-operárias, Onyx não representa algo muito diferente disso. Essa situação fortalece a necessidade de se fortalecer uma alternativa à esquerda do PT, com independência de classe, para construir um programa que faça com que os capitalistas paguem pela crise.

Nós do MRT estamos na linha de frente desse enfrentamento, com total independência política de Lula-Alckmin e a conciliação do PT, e estivemos impulsionando a campanha de Valeria Müller a deputada federal e apoiando as candidaturas do Polo Socialista Revolucionário Para nos enfrentarmos com a extrema direita e com o legado neoliberal, é preciso organizar a classe trabalhadora, junto da juventude e do conjunto dos setores explorados e oprimidos, e lutar pela reversão de todas as privatizações, extinções de fundações e reformas neoliberais dos últimos governos.




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