O governador Doria e o Metrô estão atacando os metroviários desde o início da pandemia, demitindo enquanto faltam funcionários e o metrô está lotado, retirando direitos, e avançando rapidamente na tercerização, como nas bilheterias e manutenção, pagando milhões para empresas que lucram impondo aos terceirizados salários e condições de trabalho muito piores.
terça-feira 18 de maio de 2021 | Edição do dia
Agora, atacam o Acordo Coletivo, cortando direitos como o adicional de férias e noturno e congelando salários de trabalhadores que estão durante toda a pandemia na linha de frente batalhando contra a precarização para transportar a população, enquanto já foram mais de 1000 metroviários contaminados e 25 mortos. Doria diz que falta dinheiro, enquanto teve superávit bilionário no último ano, e deu mais de R$1 bilhão para os empresários das linhas privadas só no último mês, e não subsidia o Metrô.
Entre ontem e hoje, dia 18, está ocorrendo uma audiência de conciliação no TRT-SP, que será retomada às 14h30. O Ministério Público do Trabalho apresentou uma proposta de conciliação, ainda com perdas de direitos para os trabalhadores, mas o Metrô recusou, pois não atendem o nível de ataques que Doria quer aplicar. Os metroviários terão assembleia entre as 18h e às 21h para decidir sobre o indicativo de greve a partir das 0h de amanhã, dia 19.
Veja abaixo a declaração da Chapa 4 - Nossa Classe, que é composta por militantes do MRT e independentes e integra como minoria a diretoria do Sindicato do Metroviários:
É hora de avançar com tudo para a greve! Só nossa força pode barrar os ataques de Doria!
Chapa 4 - Nossa Classe
Hoje é fundamental preparar para entrar em greve com toda força. As propostas do Metrô e do MPT, com suas diferenças, mostram o reconhecimento da força da nossa mobilização. Ainda assim o Metrô segue intransigente em retirar nossos direitos, retirar até mesmo a sede do nosso sindicato, e por isso recusou até a proposta do MPT. Mas com a força que já estamos mostrando, e nos aliando com a população, podemos barrar completamente os ataques de Doria e garantir nossos direitos!
Justiça e MPT atuam para evitar nossa luta
Em primeiro lugar é preciso ter claro que o Metrô recusou a proposta do MPT, e voltou a apresentar sua proposta de cortes, então a proposta do MPT não está colocada para aprovação da categoria. Mas, além disso, é importante ver que o MPT e a justiça do trabalho atuam com um objetivo: evitar a nossa greve, evitar que com a luta a gente se unifique com a população e sirva de exemplo para os demais trabalhadores de que é lutando que vamos impedir que a crise sanitária, econômica e social continue sendo descarregada nas costas da nossa classe! É para isso que o MPT, querendo nos dividir, fez essa proposta - que não diz se inclui os Steps, se trata da PR desse ano ou só do ano passado, nem com qual valor, implica em cortes neste ano e condiciona tudo ao “cronograma e demanda” do metrô, ou seja, permitiria ao metrô depois dizer que a demanda continua baixa, e nos dar o calote.
Chamamos a unidade do sindicato na luta! Chega de jogar água fria na luta!
O Bilhete do sindicato publicado ontem à noite é lamentável, não diz nada sobre a preparação da luta, sequer menciona a palavra greve, coloca a proposta do Metrô e a do MPT, e já não mais a dos trabalhadores, e nem a posição do sindicato sobre aquelas propostas. A publicação foi feita pela Chapa 1 (CTB/CUT), cujos diretores estão publicando videos dizendo que a greve agora terá muitos riscos, que o TST julgará desfavoravelmente, e que a população estará contra nossa luta. Todas formas de tentar esfriar a enorme disposição pra greve que todos estamos vendo entre a categoria. O TST e a justiça em geral nunca estiveram a favor dos trabalhadores, e o que vai definir o resultado da luta é a unidade da nossa categoria na greve e junto com a população, com a qual temos mais força para impor nossos direitos contra a vontade do Metrô, de Doria e do judiciário. E diferente do que dizem os videos da Chapa 1, a população e a nossa classe não é formada por “invejosos que não têm as nossas conquistas porque não lutam”, isso quem diz é o governo e a patronal que quer nos dividir, separar a maioria da classe que mais está sofrendo com a crise de nós, trabalhadores de um serviço estratégico com melhores condições para lutar.
Ao contrário, temos é uma grande oportunidade de nos unir com nossa classe e a população!
Levantando demandas como vacinação para toda a população - a começar pela vacinação da maioria das terceirizadas do metrô, que estão sem vacina, como se suas vidas valessem menos que a dos efetivos! E mostrando que a retirada dos nossos direitos é para precarizar ainda mais um transporte que já está lotado e sem segurança sanitária, e nos fazer de exemplo para retirar ainda mais diretos da nossa classe, como Doria, Bolsonaro, o congresso e o STF já vem fazendo. Com a unidade na luta, exigindo que as centrais sindicais saiam da paralisia, podemos fazer com que sejam os capitalistas que paguem pela crise!
