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Guerra na Ucrânia | Nova negociação entre Rússia e Ucrânia: estariam próximos a um acordo?

Zelensky aceitaria a exigência de Putin de declarar autonomia da OTAN, garantindo-a em um documento. A região de Donbass seria definida apenas em negociações mútuas, e a disputa sobre a Crimeia só poderia ser resolvida bilateralmente e sem intervenção militar da Ucrânia. Por sua vez, a Rússia aceita uma redução substancial em sua atividade militar nas proximidades de Kiev e Chernihiv.

terça-feira 29 de março de 2022 | Edição do dia

A reunião realizada no palácio de Dolmabahçe de Istambul, na Turquia, teve como anfitrião direto Racip Erdogan, o presidente deste país, que voltou a afirmar seu papel de mediador. Erdogan abriu a reunião colocando que “ambos países tem preocupações legítimas”.

Ao final da reunião, o responsável russo pelas negociações, Vladímir Medinski (ex ministro da Cultura até 2022 e membro do Conselho Geral do partido de Putin, “Rússia Unida) anunciou que seu país “reduzirá drasticamente sua presença nas proximidades de Kiev e Chernihiv. Ao passo que afirmou que desta vez “tem existido avanços significativos nas negociações”.

A Ucrânia, por sua vez, reafirmou o que já vinha colocando Volodímir Zelensky: que renuncia ser membro da OTAN, na reunião também foi discutido que essa renúncia abarcaria o compromisso de não permitir bases militares estrangeiras no seu terrirório e não possuir armamento nuclear.

O ponto mais importante tratou do compromisso do presidente ucraniano de manter discussões com o governo russo sobre a Criméia, sem nenhuma intervenção militar das suas forças armadas,este acordo se estabeleceria por 15 anos. Quanto à região do Donbass, o status das "Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk” seria resolvido em conversas diretas entre Zelensky e Putin. Além disso, a Rússia não se opõe à Ucrânia ser membro da União Europeia.

A Ucrânia propôs como fiadores deste acordo o Reino Unido, os Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Polônia, Turquia, Israel e China. Algo ao qual a delegação russa, em princípio, não se opôs. Enquanto entre esses países propostos estão os principais membros da OTAN, também estão aliados da Rússia.

Por último, a Ucrânia defendeu que este possível acordo deve ser ratificado com um referendo, o que Zelensky já havia dito semanas atrás.

Caso os termos do acordo terminem sendo estes, Putin teria conquistado seu objetivo de afastar a Ucrânia da OTAN, mais precisamente: afastar a OTAN de sua suposta zona de influência, mantendo a Ucrânia como um estado-tampão para a expansão da aliança militar atlântica. Com este objetivo Putin iniciou há 34 dias a reacionária guerra, tratando de impedir que o governo pró imperialista de Zelensky permita o avanço da OTAN.

De qualquer forma, Medinsky afirmou na saída da reunião que não haverá um encontro entre Putin e Zelensky enquanto não exista um documento assinado pelos ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov e da Ucrânia, Dmitro Kuleba. Além disso, como nas reuniões anteriores, ele transmitirá o que foi discutido diretamente para Vladimir Putin.




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