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ATAQUE AOS TRABALHADORES | Novo ataque de Guedes e Bolsonaro quer aprofundar exploração e precarização do trabalho

Novamente o projeto neoliberal de Bolsonaro e Guedes ataca os trabalhadores. Dessa vez eles propõem que até metade dos empregados de empresas privadas sejam pagos por hora trabalhada, em vez de salário mensal.

Luiza EineckEstudante de Serviço Social na UnB

quinta-feira 13 de agosto de 2020 | Edição do dia

Em meio a uma típica crise do capital, talvez a maior que nossa geração verá, eclodida a partir dos estilhaços deixados pela crise imobiliária de 2008, vemos que o impacto da pandemia tem um caráter de classe.

O governo junto dos patrões está promovendo inúmeros ataques aos trabalhadores desde o início da crise, com quase 5 mil demissões dos trabalhadores da LATAM e terceirizadas das universidades do país, aumento da precarização, aprovação das MPs, reforma tributária e a temida carteira verde e amarela. Essa última parte do princípio de “baratear” a contratação para o patrão, com todo tipo de isenção, à custa da precarização das relações de trabalho e da vida do trabalhador.

O ministro da economia, Paulo Guedes, com o objetivo de flexibilizar o regime de contratação e incentivar a criação de empregos, propõe uma nova modalidade de contratação embasada na absurda proposta da carteira verde e amarela, da qual uma das propostas recentemente divulgadas prevê que as empresas tenham até 50% dos empregados com contrato por hora trabalhada. O projeto, que deve ser enviado ao Congresso, passando pelas mãos do golpista Rodrigo Maia, prevê uma implantação gradual do projeto que acarretará em mais demissões.

A cinco meses do início da pandemia, vimos que a Covid-19 não é igual para todos. A classe trabalhadora não está de quarentena; está tendo seu direitos retirados e condições de vida rebaixadas, e ainda está enfrentando horas extenuantes de trabalho sujeita a infecção pelo vírus, como podemos lembrar do recente levante dos entregadores de aplicativos, reivindicando melhores condições de trabalho e denunciando a negligência dos patrões frente a contaminação.

Não é por acaso que é nossa classe a que é maioria do lamentável número de 104 mil mortes, que poderiam ter sido evitadas se não fosse o negacionismo do reacionário Bolsonaro.

Ao contrário do que a Reforma Trabalhista previa: “gerar mais empregos”, os dados mais recentes do IBGE mostram que o desemprego apenas cresce. São 36,4 milhões de pessoas desocupadas e que estão fora da força de trabalho; a taxa de desocupação subiu para 13,3%, uma alta de 1,1 ponto percentual frente ao trimestre encerrado em março. Nesse semestre, a população desalentada (pessoas que desistiram de procurar emprego) bateu um novo recorde, somando 5,4 milhões, com alta de 15,3% (mais 718 mil pessoas) frente ao trimestre anterior.

Nesse marco de extrema precarização do trabalho, desemprego e recessão profunda da economia comprovamos que as condições desse sistema capitalista – baseado no lucro de poucos sobre as costas da maioria – estão podres. Condições dignas de vida só se darão com um programa político que dê uma resposta de conjunto para as mazelas do capitalismo questionando o regime e suas instituições – contra Bolsonaro, Mourão e os militares e sem nenhuma confiança no STF, no Congresso ou nos governadores – que apenas o mantêm intacto.

É inspirada na revolta negra do coração do imperialismo e na auto-organização dos entregadores de aplicativos, que temos que nos organizar com a classe trabalhadora pelo Fora Bolsonaro e Mourão e por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela luta, onde o povo possa decidir, pela primeira vez, suas leis e os rumos da sociedade, dando respostas concretas para enfrentar a pandemia.

Assim, sentimos a necessidade da construção de um partido verdadeiramente revolucionário no Brasil, para que não regridamos à barbárie e sim ascendamos rumo ao socialismo. Nós do MRT, partido que impulsiona o Esquerda Diário, por meio de nosso Manifesto Programático fazemos uma análise conjuntural e demonstramos nossas propostas. Confira. Que os capitalistas paguem pela crise!




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