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Operadores e operadoras do Metrô fazem ato na estação Vila Prudente contra sua retirada dos trens

Frente à ameaça de retirada dos operadores de trem na linha 15 do metrô, metroviários realizam hoje manifestação na estação Vila Prudente contra essa medida privatista que coloca em risco a qualidade do transporte e a vida dos passageiros

Rodrigo Tufãodiretor do sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP e do Movimento Nossa Classe

sexta-feira 26 de agosto de 2022 | Edição do dia

Nesta sexta(26) o sindicato dos Metroviários e Metroviárias de SP organiza ato com distribuição de carta aberta à população na estação Vila Prudente, contra a retirada dos operadores de dentro dos trens. Essa medida é uma resposta a testes que a empresa começou a fazer na linha 15 para que os trens do Monotrilho operem sem a presença de funcionário nas composições. No dia 22 de agosto a direção da empresa enviou carta ao sindicato negando reunião sobre o tema, mostrando estar fechada para o diálogo, prática comum da gestão Silvani Pereira. Com 44 trens sendo comprados sem cabine para linha 2 verde, já está nítido que o projeto é acabar rapidamente com os operadores do metrô, não em nome de uma modernização e maior qualidade no serviço prestado para a população, mas sim em nome da privatização para alguns poucos empresários, que querem abocanhar linhas com o mínimo de funcionários e o máximo de lucros.

Os operadores de trem são mais uma camada de segurança dentro do sistema. Sua retirada coloca em risco os passageiros que usam diariamente o Metrô. Nenhum sistema é totalmente seguro, principalmente um sistema de transporte de massas sujeito a diversas situações de anormalidades durante sua operação. Os Metroviários não transportam mercadorias, transportam vidas. Colocar vidas em risco para um maior lucro da iniciativa privada é uma irresponsabilidade gigantesca do Governo de SP e da direção da empresa.

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Mesmo o Monotrilho sendo uma linha em construção, localizado em uma região de alta densidade populacional, sob vigas irregulares e uma alta trepidação, o que provoca um grande desgaste nos equipamentos dos trens e das vias, a direção da empresa acelera a retirada dos operadores mostrando que sua prioridade não é a segurança operacional do sistema, mas as pressões políticas e econômicas que envolvem a linha, com um processo de privatização via leilão paralisado na justiça desde dezembro de 2019, vencido pela CCR Via Mobilidade, consórcio que constantemente é agraciado pelo Governo de SP com estradas, ferrovias e Metrô.

É preciso dar um basta nesse modelo de transporte que visa o lucro de empresários em detrimento da mobilidade da população. O sistema de ônibus já mostra o que acontece quando empresários monopolizam o transporte de massas. Super lotação, passagens caras, falta de linhas, ônibus sucateados. Só um transporte público controlado pelos trabalhadores pode colocar os interesses populares como prioridade. Trens sem operadores é mais um capítulo do descaso do governo com a mobilidade urbana em SP.

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