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Professores de SP | Organizar a luta em defesa dos professores contratados das escolas públicas de SP

À beira da próxima atribuição de aulas, o terror de todo professor Categoria O, os contratados de 2018 a 2019 terão ainda seus contratos encerrados e precisarão passar pela absurda "quarentena" e agora se cadastrar pelo ainda mais precário Banco de Talentos, para poderem ter a chance de seguirem em suas funções. Basta da divisão entre professores estaduais de SP! É preciso exigir direitos iguais a todos os professores e a efetivação de todos os contratados, sem a necessidade de concurso público!

sábado 8 de outubro de 2022 | Edição do dia

Como sempre, o PSDB, hoje com Rodrigo Garcia - apoiador de Bolsonaro - a frente no plano de destruição da educação, vem com seus ataques no final do ano contra todos os professores e a educação pública estadual de SP. Depois de colocar compulsoriamente todos os professores contratados na precarizada nova carreira, o governo agora jogará os professores que já trabalham há anos, aqueles que também carregaram nas costas a educação durante o caos que foi no período da pandemia, para o precário Banco de Talentos e a quarentena, ou seja, período sem remuneração, mostrando até o final o não vínculo trabalhista destes docentes para terem direitos plenos.

Depois de tantos anos dos trabalhadores da educação sonhando em tirar o PSDB do governo estadual, agora, apoiando Bolsonaro e Tarcísio de Freitas para governador no estado, o PSDB se prepara para tentar seguir governando com seus ataques que poderão ser ainda mais profundos com a extrema direita, como mais PEIs, mais escolas militares, mais precarização para os trabalhadores da educação, mais assédio por parte das direções, mais ataques contra a juventude - acompanhando inclusive o último ataque do governo Bolsonaro em aplicar mais cortes às universidades federais e IFs. Nunca foi tão forte a necessidade de combater a extrema direita com uma política de independência de classes, uma vez que vimos na prática que as alianças do PT com a direita, como Geraldo Alckmin, até agora só resultaram no fortalecimento da extrema direita e da direita contra nós, tendo como exemplo disso Tarcisio de Freitas estar agora mais próximo da vitória no estado, aliado ao PSDB de SP.

Veja também: Com início de mobilizações, governo sinaliza recuo parcial mas deve manter corte bilionário na educação.

A atribuição de aulas por si só já é motivo de grande ansiedade e terror para a grande maioria dos professores. Isso porque fica em aberto se terão aulas disponíveis para todos e o nível de precarização que podem sofrer em suas cargas horárias, pois para estes sempre sobram aquelas aulas ligadas a farsa do Inova e do Novo Ensino Médio. Isso somado a também não saberem se no ano seguinte irão parar em uma escola de pior estrutura, mais precária ainda, com uma direção ainda mais assediadora e se conseguirão manter o mesmo salário. Mas agora, para os contratados de 2018 e 2019 ainda sobrou mais estes ataques.

Além disso, para abrir maior caminho a farsa das escolas de tempo integral (PEI), que são hoje o oposto do que seria um projeto sério de escola de educação integral, que exclui a juventude trabalhadora e aumenta a evasão escolar, aos contratados se cadastrarem agora no banco de talentos irão se deparar com uma prova para o credenciamento automático para PEI. Isso não quer dizer que serão obrigados a entrar em PEI, mas uma vez credenciados poderão sofrer maior pressão, assédio ou até caírem nas mentiras por parte do governo para aderirem ao PEI.

Diante disso, a Apeoesp está chamando um ato para o dia 10 de outubro, na Praça da República em frente à Seduc, às 14 horas. Embora tenha se organizado para o período do recesso e com um chamado extremamente atrasado - pois enquanto o sindicato parou para as eleições, os ataques não pararam, ficando a categoria na mira constante da direita de SP - o sindicato convoca o dia pela construção de uma paralisação pela prorrogação dos contratos destes professores.

O período de recesso das escolas deve ser usado agora para a construção dessa mobilização, logo a Apeoesp precisa preparar e enviar materiais informativos, combatendo a desinformação que o governo implementa, desmascarando esse e todos os outros ataques, construindo desde a base um amplo chamado para reuniões de representantes de escola depois do recesso, abertas a todos os professores, para que a categoria possa organizar e votar um forte plano de luta contra os ataques e pela efetivação de todos os professores contratados sem a necessidade de concurso público.

Há anos essa direção majoritária do sindicato, CUT (PT) e CTB (PCdoB), vem fechando o caminho para a organização da categoria, transformando a luta em pressão parlamentar para barrar ataques, ou colocando a confiança da categoria nessa mesma justiça que esteve à frente do golpe institucional de 2016 e de todas as reformas contra a nossa classe, ou transformando o nosso sindicato em gabinete eleitoral - como fizeram esse ano durante o período eleitoral, que enquanto os professores amargavam a nova carreira e os assédios, o nosso sindicato estava girado para campanhas eleitorais, incluindo para figuras como Geraldo Alckmin, declarado inimigo dos trabalhadores da educação e da juventude.

Essas táticas já se demonstraram totalmente ineficientes para nossa categoria e todos os trabalhadores e a juventude. Não podemos achar que é dentro da Alesp, lugar onde todos os ataques já foram aprovados até agora, que estará a luta pela educação e os direitos da categoria e da juventude. Hoje, diante das eleições do dia 2 de outubro, com o aumento das bancadas reacionárias na Alesp e no Congresso, com o bolsonarismo mostrando sua força e que não vai acabar mesmo que Bolsonaro perca as eleições, nunca foi tão importante a organização da nossa classe, para que possamos nos armas e tomar em nossas mãos a construção em cada local de trabalho e estudo um forte plano de lutas contra os ataques e todas as reformas.




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