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REFORMA MINISTERIAL | PMDB indica nomes para reforma ministerial em troca de apoio ao governo

As bancadas do PMDB no Congresso indicaram ministros na reforma ministerial conduzida pela presidente Dilma Rousseff para recompor a base aliada.

quarta-feira 23 de setembro de 2015 | 00:00

Em reunião da bancada na Câmara, deputados do PMDB aceitaram, por 42 votos a 9, continuar no governo, indicando nomes para os ministérios da Saúde e uma pasta de Infraestrutura, que ainda será criada e deverá unir as secretarias de Portos e Aviação Civil.

A bancada vai levar à presidente Dilma os nomes de Marcelo de Castro (PI), Manoel Júnior (PB) e Saraiva Felipe (MG), que já foi ministro no primeiro mandato do ex-presidente Lula, para a Saúde, atualmente ocupada pelo PT. Para Infraestrutura, os nomes são Newton Cardoso Júnior (MG), Mauro Lopes (MG) e José Priante (PA). O atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que ocupa uma vaga por indicação do vice-presidente Michel Temer, não teve seu nome endossado pela bancada.

A bancada também decidiu apoiar a manutenção dos vetos da presidente que aumentam despesas, como o reajuste salarial dos servidores do Judiciário. Na reunião, que ocorreu em clima de tranquilidade, segundo alguns participantes, o líder da bancada, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), fez um apelo para que a legenda demonstrasse unidade na votação dos vetos nesta quinta-feira.

Seria, segundo afirmou aos parlamentares peemedebistas, uma retribuição a Dilma pela reaproximação da presidente com o partido. O pedido foi acatado por ampla maioria.

Hoje, o partido comanda seis pastas. Na cota do Senado, Pesca, Agricultura e Minas e Energia. Na cota da Câmara, Turismo. Já na cota do vice-presidente Michel Temer estão sob comando do PMDB Portos e Aviação Civil.

O PMDB encontra ao menos dois focos de resistência para fazer as indicações. O primeiro é um grupo minoritário na bancada da Câmara que faz oposição ao governo. O outro vem do próprio Temer, que terá que administrar uma redução de ministérios e, ao mesmo tempo, entregar cinco pastas ao seu partido.

"A maioria dos parlamentares do PMDB é governista, portanto, acho natural que participemos do ministério", disse o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR).

No PT, há quem entenda que o partido precisa se sacrificar para garantir apoio a Dilma. "Pela governabilidade, o PT tem que ceder espaço aos aliados", disse o senador Paulo Rocha (PT-PA).

Trata-se da forma com que o governo do PT "compra" a inconstante lealdade do PMDB, que nas últimas semanas vinha buscando assumir uma posição mais "moderadora" do regime, com um discurso de unificação nacional acima dos partidos.

Após descartar a hipótese de o PMDB vir a assumir o Ministério da Saúde, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, disse que, se a bancada do partido na Câmara aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff para discutir cargos na Esplanada, o natural é que se comprometa a votar os projetos de interesse do governo.

Esta reaproximação do PMDB com o PT não se dá apenas pelo fisiologismo da distribuição de postos estatais, mas principalmente porque o acordo em defesa dos ajustes e dos ataques à classe trabalhadora e aos serviços públicos unifica todos estes "heróis" à direita tradicional do PSDB. Todos os partidos tratam de gerar suas diferenças parciais, mas a unidade pelo ajuste é o que prima na conjuntura turbulenta da economia brasileira, quando Dilma se esforça (junto à burocracia sindical da CUT, que atua para isolar as lutas nas montadoras do ABC e para acabar com a forte greve dos Correios) para mostrar serviço à FIESP, FIRJAN, aos bancos e agências de crédito.




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