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Eleições | Pablito: "É impossível enfrentar Bolsonaro junto da Fiesp, Flávio Rocha e o capital financeiro"

À medida que se aproxima as eleições, a chapa Lula-Alckmin vai transformando as sinalizações em compromissos com a burguesia brasileira em busca de seu completo apoio e a vitória ainda no primeiro turno.

quarta-feira 28 de setembro de 2022 | Edição do dia

Os aplausos de representantes do grande capital nacional, em jantar no dia de ontem, mostra que a chapa recebeu de vez a benção da burguesia brasileira, dado que cumprirá a pré-condição indispensável manter as reformas e ataques econômicos.

Marcello Pablito, candidato a deputado federal pelo MRT em SP, falou sobre o tema.

"O governo Bolsonaro já atestou seu ódio de classe ao conjunto dos trabalhadores e da população pobre. Nossa classe não suporta mais seu governo de ajustes e ataques também a mulheres, negros, indígenas e LGBTQIAP+. As formas selvagens de precarização avançaram sem precedentes com a reforma trabalhista, o desemprego aumentou e a insegurança alimentar atingiu índices recordes. Os ataques econômicos também são avalizados pelo judiciário, com seus métodos autoritários, e pelas organizações do grande capital industrial e financeiro, a FIESP e a FEBRABAN, todos estes que tentam se arrogar credenciais "democráticas", mas apoiaram o golpe militar na década de 60 e o golpe institucional de 2016, concordando com a agenda econômica de Bolsonaro e Guedes", disse Pablito.

"Agora, muitos desses burgueses ou instituições empresariais que estavam com Bolsonaro se aproximam de Lula, como vimos na reunião da Esfera Brasil. Os senhores que Lula e Alckmin se esforçam para assegurar o apoio são nomes como: o presidente da Fiesp, Josué Gomes, o presidente da Febraban, Isaac José Sidney, Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, André Esteves do BTG Pactual, etc. Pesos pesados do PIB nacional compromissados com a máxima exploração da classe trabalhadora, como Benjamin Steinbruch, da CSN, que já declarou que o trabalhador pode comer um sanduíche com uma mão enquanto opera a máquina com a outra, dispensando o horário de almoço; ou Flávio Rocha, da Riachuelo, notório bolsonarista, cuja empresa é denunciada pelo uso de trabalho escravo; e Rubens Ometto, da Cosan, principal patrocinador das candidaturas bolsonaristas."

"Alguém acha possível enfrentar seriamente Bolsonaro e a extrema direita tendo como aliados a Fiesp, a Febraban, Flávio Rocha e Benjamin Steinbruch? Esse caminho fortalece a direita. Lula já havia reunido em sua campanha o apoio de FHC e de toda a equipe econômica tucano que aplicou as medidas neoliberais na década de 1990. Tem o apoio de Henrique Meirelles, funcionário dos bancos estadunidenses, que quer acabar com direitos do funcionalismo público e novas privatizações", disse.

"Precisamos de uma política diretamente oposta a de Lula-Alckmin e do PT, à qual partidos como o PSOL se adapta completamente. É por isso que estamos defendendo como pontos hierárquicos de nossa campanha a defesa da revogação de todas as privatizações e reformas, em primeiro lugar da reforma trabalhista, abolindo qualquer tipo de flexibilização laboral e lutando por plenos direitos trabalhistas, ligado à construção de uma grande batalha pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, com 30 horas semanais para enfrentar a precarização e o desemprego, na perspectiva da divisão das horas de trabalho entre empregados e desempregados, e da sua unificação. Trabalho digno para todos: basta de naturalização da precarização do trabalho, devemos atacar o fundamento dos lucros dos capitalistas. Enfrentar Bolsonaro, os militares e todo o regime político degradado da burguesia precisa ser feito na luta de classes. Devemos unir forças para exigir das direções majoritárias do movimento de massas, em primeiro lugar da CUT, CTB e UNE, que impulsionem um verdadeiro plano de luta contra Bolsonaro e suas ameaças golpistas, e pela revogação de todas as contrarreformas e ataques", concluiu Pablito.




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