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Brasil | Pablito: "Rechaçamos a reforma administrativa, é necessário revogar todos os ataques bolsonaristas na luta"

O Congresso reacionário, em que o peso dos bolsonaristas aumentou, quer aprovar ainda esse ano uma reforma administrativa que ataca frontalmente as condições de vida dos servidores públicos. Sobre isso, confira o que disse Marcello Pablito, trabalhador da USP e ex-candidato a deputado federal pelo MRT.

quarta-feira 5 de outubro de 2022 | Edição do dia

"Bolsonaro e sua odiosa extrema direita conseguiram resultados melhores que o esperado nas eleições. São os responsáveis pelas taxas recordes de desemprego, inflação e fome. Seu programa ultraliberal é para que trabalhemos até morrer, a defesa aberta e desacarada da ditadura patronal nas fábricas. São herdeiros de escravocratas e implementadores de ataques como a Reforma Trabalhista de Temer, que ele aprofundou com a Carteira Verde e Amarela, como a Reforma da Previdência".

"Agora a direita e os bolsonaristas no Congresso querem aprovar uma reforma amdinistrativa, um ataque frontal aos servidores públicos. Propõe criar a modalidade de contrato temporário de servidores, mediante “seleção simplificada”, que autoriza inclusive a utilização ainda maior de mão de obra terceirizada, com aval do STF, até mesmo para professores, enfermeiros, como já vem ocorrendo em cargos como maqueiros ou trabalhadores da limpeza. Irá reduzir jornada com redução de salário, não para criar novos empregos, mas pagar menores salários aos servidores. Acabar com a estabilidade no serviço público, com implementação de avaliação de desempenho e cumprimento de metas, criando a demissão por “desempenho insuficiente”. Além abrir caminho para a privatização maior do SUS, do ensino básico e militarização das escolas. É uma proposta que busca manter os privilégios do alto escalão do exército, do judiciário, dos parlamentares do Congresso, esses sim que vivem no luxo e regalias às custas da população, atacando as condições de trabalho de professores, enfermeiros e outras categorias de trabalhadores do estado", disse Pablito.

"Diante disso, precisamos enfrentar a extrema direita em suas raízes, combatendo o programa econômico que representa. Rechaçamos essa reforma administrativa, precarizadora das condições de vida e trabalho de todo o funcionalismo. Ademais, é urgente a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução salarial, para combater Bolsonaro e o desemprego, assim como a revogação de todas as reformas e privatizações. Da mesma maneira, é necessário distribuir as horas de trabalho disponíveis a todos os trabalhadores, a fim de unificar empregados e desempregados. Ligado a isso, que o salário seja reajustado de acordo com a inflação. A diminuição das horas de trabalho para todos os trabalhadores sem redução do salário é uma política que possibilitaria a extinção do desemprego, salários dignos. Uma proposta que vem na contramão e em combate a reforma trabalhista, confrontando diretamente a política do governo de ataques contra os direitos dos trabalhadores e contra suas vidas. Atacando também os lucros daqueles que nos exploram. Eles querem seguir mantendo seus lucros e seus luxos, enquanto os trabalhadores querem vida digna com saúde, educação de qualidade, esse choque de interesses só é possível se resolver na luta".

Seis horas por dia, cinco dias por semana, para que os jovens possam estudar e que todas as pessoas tenham tempo para usufruir da própria vida. Essa política ataca em cheio o lucro dos capitalistas e esse sistema onde a vida da grande maioria das pessoas serve apenas para ser explorada para manter o luxo de poucos empresários, políticos, juízes e banqueiros; estes sim são os únicos que hoje podem aproveitar o mundo.

Por isso também colocamos que para combater Bolsonaro, o bolsonarismo, as reformas, é preciso superar a conciliação de classes de Lula e PT, que se aliam com Alckmin, já tendo ao seu lado Meirelles, José Serra e FHC, para garantir que as reformas não vão ser revogadas. E também vale lembrar que foram nos anos de governo do PT que o trabalho terceirizado triplicou. É um trabalho de maioria de mulheres negras, que colocamos também que deve ser efetivado, garantindo seus direitos trabalhistas, sem necessidade de concurso público. Como podemos aceitar que Alckmin, um portavoz de Lula para acalmar os empresários, faça jornadas por todo o país jurando aos industriais que um governo Lula não tocará em nenhum aspecto essencial da reforma trabalhista? Lula já garantiu muitas vezes que a reforma trabalhista ficará de pé, para colher aplausos do reacionário William Waack, das patronais e de Temer, e agora diz que a questão da redução da jornada deve ficar “para o Congresso”. Impossível, a direita bolsonarista aumentou seu peso no Congresso. São os capitalistas que têm que pagar por essa crise e temos que unificar entre os trabalhadores, os setores oprimidos e o povo pobre, contra as reformas impostas por Bolsonaro, STF, Congresso, sem aliança com a direita. E, em perspectiva, combater a base do capitalismo, por uma sociedade sem exploração e opressão".




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