×

8M | Pão e Rosas distribui na USP panfletos pela efetivação das trabalhadoras terceirizadas

Hoje, dia 08 de março, dia internacional de luta das mulheres, o Grupo de Mulheres Pão e Rosas, que defende um feminismo socialista, anti-racista e revolucionário, esteve pela manhã nos portões de entrada da São Remo para a USP, no HU e nas faculdades de odontologia, geociências, no restaurante central e na prefeitura para entregar o boletim abaixo para as trabalhadoras terceirizadas, efetivas e estudantes.

Pão e Rosas@Pao_e_Rosas

quarta-feira 8 de março de 2023 | Edição do dia

Reproduzimos abaixo o conteúdo do boletim

08 de Março - Dia de luta das mulheres: Você sabe a origem desta data?
O mês de março, mês de Luta Internacional das Mulheres foi instituído em 1912 em um Congresso de Mulheres Socialistas. Na Rússia, em 1917, no dia 08 de março, para marcar nesse dia esse mês de luta, milhares de mulheres, trabalhadoras e camponesas, com as suas vidas e de seus familiares destruídas por 03 anos de Guerra Mundial, fazem uma greve e saem às ruas exigindo pão, paz e terra.
Sua força derrubou o império e a monarquia russa e foi o início do processo que se desenvolveria na primeira revolução socialista vitoriosa dos trabalhadores, em 1917, na Rússia.

Durante os poucos anos que o governo da União Soviética esteve sob controle direto das trabalhadoras e trabalhadores organizados se avançou em conquistas como o direito político das mulheres, direito à vida pública e ao voto, direito ao divórcio, garantia de condições seguras para realização de aborto quando necessário, a aceitação da homossexualidade, a garantia de restaurantes e lavanderias públicas para desobrigar as mulheres das tarefas domésticas e a saúde e a educação passaram a ser prioridade de Estado.

Muitas dessas coisas ainda não são possíveis sequer hoje, mais de cem anos depois, sob os governos dos patrões.

Vivemos em uma sociedade desigual! Não somente a desigualdade entre homens e mulheres, mas entre negros e brancos, entre nativos e imigrantes, entre LGBT’s e heterossexuais, Mas a desigualdade que percorre e sustenta todas essas que sofremos é a desigualdade de classe. E não se trata de pobres e ricos simplesmente, se trata dos poucos que concentram as propriedades, as fábricas, as empresas, os bancos, as terras e as grandes riquezas de um lado e um punhado de milhões de famílias, assalariados e assalariadas, que não possuem nada além de seu trabalho e sua prole do outro. A minoria desse lado aumenta sua fortuna explorando a miséria desses milhões do outro lado. Por isso a luta contra a opressão à mulher é uma luta de toda a classe trabalhadora!!!

Todo mundo viu na televisão o absurdo feito por empresários no Rio Grande do Sul com milhares de trabalhadores vivendo em situações semelhantes à escravidão.
Negros, negras, nordestinas no sul, bolivianas, africanas, imigrantes… essa é uma realidade que não deveria existir! É necessário que todo patrão e político que trate os trabalhadores dessa maneira sejam punidos, em primeiro lugar perdendo suas empresas, seus imóveis e suas terras, que sejam usadas para indenizar os anos que esses trabalhadores sofreram sendo humilhados e explorados.

Mas esses casos absurdos são parte da precarização do trabalho que vem avançando em todos os governos, se aprofundou com o governo de extrema-direita de Bolsonaro, mas também pretende seguir no governo de Lula-Alckmin e vem se expandindo e atingindo todos os níveis da sociedade, desde os entregadores de comida das grandes empresas de fast-food, até dentro das Universidades com o tratamento diferenciado dado para as trabalhadoras terceirizadas!

Você sabia sobre a terceirização na USP?

Uma trabalhadora terceirizada da limpeza e da segurança ganha ⅓ ou menos do salário de um trabalhador efetivo?

As trabalhadoras terceirizadas não têm sequer o direito a BUSP, sendo obrigadas a vir a pé das suas casas no Jaguaré, na São Remo ou no Rio Pequeno até a faculdade onde trabalham ou então gastar do seu salário pra fazer a integração do metrô no circular?

As trabalhadoras terceirizadas da USP não têm direito a colocar seus filhos na creche, não têm direito a utilizar o Centro Esportivo - CEPE (!) e em algumas unidades da USP, sequer têm o direito a utilizar a mesma Copa dos funcionários para esquentar suas marmitas?

Se adoecem, precisam levar o atestado médico no mesmo dia, pessoalmente, até a sede da empresa, senão perdem o(s) dia(s). Se faltam por motivos de força maior, perdem o dia, o final de semana e a cesta básica.

Estão submetidas cotidianamente à força maior de morarem em casas alugadas à beira de riachos, em encostas de morro ou na mira da violência policial nas favelas. Submetidas a adoecerem pelo esforço repetitivo, pelo trabalho pesado, pela falta de funcionários, pela falta de equipamentos de proteção adequado, pelo assédio moral e pelo assédio sexual.

Basta de sofrer ou morrer ao realizar um aborto clandestino por não ter condição de criar mais um filho nessa situação miserável e não poder ter o atendimento de saúde necessário;

Basta da dupla jornada, tendo que ser as principais ou únicas responsáveis pelas tarefas do lar, do cuidado da casa, das crianças, da alimentação, das roupas, etc.

Basta de ter que aguentar calada em casa a violência doméstica, ter que suportar o peso das ordens do patrão, do pai e do marido;

Basta de não poder acompanhar o crescimento das nossas crianças, de chorar a perda de nossos filhos pela violência policial, pelo crime ou presos numa cela;

queremos uma maternidade plena e voluntária, pelo direito ao nosso corpo;

A nós não é vitória sermos uma chefe, uma empresária, conquistar cargos ou sermos uma mulher de poder seguindo as regras do sistema capitalista, queremos ser milhares de mulheres organizadas com nossos irmãos trabalhadores, nossos maridos e nossos filhos para acabar com a opressão às mulheres e sermos livres da exploração capitalista!




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias