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CORONAVIRUS | Para lavar a cara pela crise da saúde, Crivella recorre ao exército para montar hospitais de campanha de emergência

Após anos fechando leitos, demitindo profissionais, agressivamente cortando recursos e precarizando mais e mais a infraestrutura médica da cidade, Crivella agora, frente à crise de saúde pública criada pelo novo coronavírus, tenta lavar a cara, apelando a instalação emergencial de hospitais de campanha para conter o salto na necessidade de leitos.

terça-feira 17 de março de 2020 | Edição do dia

Em uma coletiva de imprensa dada nesta segunda feira, na Cidade das Artes, na Zona Oeste do Rio, o prefeito Marcelo Crivella, junto ao secretário de Ordem Pública, Gutemberg Fonseca que o Comando Militar do Leste montará hospitais de campanha em caráter emergencial para auxiliar a rede pública a absorver casos graves de coronavírus, que necessitem de internação.

Segundo o secretário, a função dos hospitais de campanha seria de “ficar de retaguarda”, no caso de que o número de pacientes graves seja maior do que a quantidade de leitos disponíveis na rede pública.

A medida é parte do parco esforço de Crivella para conter a iminente crise de saúde pública que será desencadeada caso os casos de coronavírus se multipliquem no Rio de Janeiro. Um esforço hipócrita, vindo do prefeito responsável por milhares de demissões de profissionais da saúde, além do fechamento de dezenas de Clínicas da Família.

Ao longo do mandado de Crivella na prefeitura do Rio, foram vários os episódios de demissões em massa de profissionais. Neste ano mesmo, Crivella jogou, de um golpe só, 1.500 trabalhadores na rua. Na metade de seu mandato, cortou, em apenas um ano, R$ 367 milhões da saúde. No mesmo ano, o prefeito declarou que os gastos do município seriam “excessivos”. A prefeitura de Crivella protagonizou atrasos frequentes de pagamento. Servidores trabalhando sob condições precarizadas, com equipe reduzida e filas lotadas rotineiramente passavam dois ou três meses sem receber. Entre os vários grupos afetados pelos cortes de Crivella, pacientes que vivem com HIV denunciaram o escandaloso fato de os postos de atendimento de saúde do Rio de Janeiro apresentaram falta de medicamento retroviral utilizado para seu tratamento. Esses pacientes, cronicamente imunocomprometidos, estão agora mais vulneráveis ao contágio pelo coronavírus.

A hipocrisia de Crivella, que por meio de paliativos e medidas emergenciais e provisórias agora tenta esconder a catástrofe anunciada que criou e agravou ao longo de seu mandato, está em naturalizar a falta de leitos - fruto do desmonte sistemático do SUS - apelando para os hospitais de campanha do exército para tentar impedir o agravamento desse crise, que pela obra de Crivella, será jogada nas costas dos trabalhadores.

Trabalhadores mal pagos, em condições precarizadas, sem recursos e que assistem as filas crescerem e o número de leitos diminuírem enquanto a atenção básica é esquartejada pelos paladinos dos cortes e ajustes fiscais agora sofrem com a superexploração e a insalubridade para tentar o melhor que podem lidar com a crise de saúde no Rio de Janeiro, em todo o Brasil, e em vários países do mundo. Fica, agora mais do que nunca, patente para todos os resultados do avanço da crise capitalista contra as condições de vida dos trabalhadores. No Rio, assim como em tantos outros lugares onde a pandemia se avizinha, os governos, mesmo que tentem ensaiar uma ou outra medida de contenção, seguem atacando todas as garantias dos trabalhadores a fim de garantir os lucros dos grandes empresários. Frente a isso, é essencial a luta e organização dos trabalhadores e da população para que todos os recursos possíveis sejam postos a disposição para tratar desta pandemia, e para que as vidas dos trabalhadores sejam postas decididamente acima dos lucros dos patrões!

Leia nossa declaração: Diante do coronavírus e da crise da saúde pública: nossas vidas valem mais que os lucros deles!




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