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Extrema Direita | Para o 7 de setembro, bolsonarista Daniel Silveira defende que “se tiver que elevar o tom, eleva”

Esse é o ângulo proposto pelo deputado reacionário de extrema direita quando questionado sobre o tom direcionado a ataques para as cortes superiores, motivo que conduziu para sua condenação no STF. Responsável por quebrar a placa de Marielle Franco, defender o AI-5 e intervenção militar, representa o que há de mais podre na extrema direita, inimigo da classe trabalhadora e porta-voz do racismo, machismo e LGBTfobia.

terça-feira 30 de agosto de 2022 | 12:56

Crédito da imagem: Reprodução do Facebook

A posição do reacionário Daniel Silveira (PTB-RJ) se expressou durante e após o último debate presidencial ocorrido neste domingo (29), no qual se manifestou calorosamente a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao receber um questionamento a respeito da orientação para o 7 de setembro quanto ao tom de ataques às cortes superiores, o deputado respondeu que “não tem essa conversa, não", e seguiu: "não tem como controlar a massa. Num momento em que as pessoas querem mudança, elas pedem. No tom que tiver de ser. Tem um ditado antigo que diz: ’Situações extremas requerem medidas extremas’. Ou seja, se a situação é extrema e tiver que elevar o tom, eleva."

A aparente combatividade do deputado contra a corte foi o que conduziu à sua condenação pelo STF em abril deste ano, liberado logo em seguida por um indulto autoritário de Bolsonaro. O supremo fez uso da Lei de Segurança Nacional, herança da ditadura e utilizada para perseguir a oposição ao golpe de 64, principalmente o movimento operário de esquerda. No cenário atual, a LSN tem a função de tensionar as relações entre os setores golpistas que disputam de que forma a crise é descontada nas costas dos trabalhadores. Por isso a declaração de Silveira em nenhum nível coloca em cheque o autoritarismo da corte, pois se faz na medida em que defende uma intervenção militar, reivindicando inclusive o AI-5. Tampouco é progressista a condenação do deputado pelo STF, que carrega o apoio recente ao golpe de 2016 e manipulação das eleições em 2018, abrindo caminho para o fortalecimento da extrema direita.

Embora Daniel Silveira expresse abertamente sua posição contrária aos atores do regime, isso não significa que para derrotar a extrema direita nós podemos confiar no STF, instância que fez peso direto a favor dos ataques contra os trabalhadores e administrou a prisão arbitrária de Lula junto com militares e golpistas. Só através da auto-organização da classe trabalhadora é que será possível derrotar Bolsonaro e a extrema direita, contestando todo o bonapartismo institucional que sempre se posiciona a favor dos capitalistas e de seus lucros, frutos do sangue e suor de milhares de trabalhadores.

Toda essa preparação da base mais dura de bolsonaro para o dia 7 de setembro é um último respiro de tentativa de mobilização da militância da extrema-direita, para radicalizar nas ruas frente a uma possível derrota. Se por um lado tem um sentido parecido ao de Trump nos EUA, que é mostrar a força social que tem a extrema-direita a partir de situações teatrais, por outro também procura, assim como Trump procurava, manter essa militância mobilizada mesmo após uma possível derrota do bolsonarismo nas ruas. Ou seja, o bolsonarismo enquanto força social deve seguir numa troca de governo e deve ser derrotada nas ruas, na luta de classe, e sem conciliação com a direita.




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