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Que os capitalistas paguem pela crise | Patrimônio de 3 irmãos Cargill soma mais de 15 bilhões de dólares, enquanto 19 milhões passam fome

Cada um dos três irmãos Cargill tem um patrimônio de US$5,3 bilhões, valor que aumentou 20% em 2022 e os colocou na lista das 500 pessoas mais ricas do mundo, segundo o ranking Bloomberg Billionaires Index. Enquanto isso, mais de 19 milhões de brasileiros passam fome. É urgente que sejam os capitalistas a pagarem por essa crise.

sábado 16 de abril de 2022 | Edição do dia

Foto: Valor Econômico

A Cargill é uma das maiores empresas agro do mundo, atuante no Brasil, e ainda tem marcas como Pomarola, Elefante e Liza. Somado, o patrimônio dos irmãos Cargill somam em 2022 mais de 15 bilhões de dólares.

Em 2015, a Cargill já era a empresa que mais tinha bilionários do mundo. E agora, cinco herdeiros estão nesse ranking de pessoas mais ricas. A fortuna da família Cargill tem se multiplicado na esteira da elevação dos preços internacionais dos alimentos.

Ou seja, enquanto Bolsonaro, Centrão e esse regime herdeiro do golpe institucional de 2016 garantem que empresários imperialistas do agronegócio queimem nossas florestas, bebam ou intoxiquem nossos rios, explorem nossa força de trabalho, e encham seus bolsos de dinheiro em dólares, nosso salário mínimo está em R$1200, e ainda pior, mais de 19 milhões de brasileiros passam fome.

Para nós trabalhadores, especialmente mulheres, negros, indígenas e LGBTQIA+, são ataques atrás de ataques para garantir a fortuna do imperialismo. Reforma trabalhista recauchutada sempre que podem, reforma da previdência para que trabalhemos até morrer. Isso sem contar as condições de trabalho extenuantes no campo. E, como se não bastasse, quase todo nosso salário é deixado nas compras de alimentos, visto que a inflação aumentou ainda mais com o aumento do preço dos combustíveis, devido à guerra reacionária na Ucrânia.

É urgente uma batalha pelo congelamento dos preços dos alimentos e dos combustíveis a níveis anteriores à pandemia, assim como pelo aumento salarial mensal de acordo com a inflação. Por um plano de obras públicas em combate ao desemprego, e que as horas de trabalho sejam divididas para todos, de 6 em 6 horas, sem redução salarial.

E o que se demonstra, a partir do abismo escancarado entre a fortuna da burguesia imperialista e a pauperização da classe trabalhadora brasileira, mas de todo o mundo também, é que é necessária uma saída de independência de classe que se enfrente com os lucros e patrimônios dos capitalistas e seus herdeiros. Pela expropriação das empresas alimentícias, e que elas sejam geridas pelos trabalhadores e controladas pela população. Para enfrentar o agronegócio, é necessária uma reforma agrária radical.

Esses aspectos só podem ser impostos e conquistados pelas mãos da própria classe trabalhadora, unificada com os setores oprimidos e o povo pobre. Em diversas partes do país, a classe trabalhadora dá sinais de força, através de greves salariais. Comprovam que, se não fosse pelo freio das direções burocráticas, como a CUT e a CTB, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, que atuam sempre na contramão de unificar as lutas em curso e elevar o tom contra o governo, a unidade da classe trabalhadora, com os setores oprimidos e o povo pobre, poderia dar o caminho para uma saída de independência de classe.

Por isso que se demonstra também que, para uma saída dos trabalhadores, é necessário superar a conciliação de classes do PT. Não à toa, a Cargill era lá em 2015 a empresa que já tinha mais bilionários, em pleno governo Dilma. Os anos de governo do PT fortaleceram brutalmente o agro e seus agentes políticos, como a bancada ruralista. E é para isso que Lula, aliando com o reacionário Alckmin, se propõe para as eleições de 2022. Fora os exemplos dos estados governados pelo PT hoje, como o Rio Grande do Norte, governado por Fátima Bezerra (PT), em que um terço da população vive na extrema pobreza. Assim como é necessário apontar que o PSOL hoje faz federação com a ecocapitalista Marina Silva, da REDE, que apoia Macron, nas eleições francesas, supostamente contra a extrema-direita de Marine Le Pen, mas que é o governo que está lado a lado das empresas desse país que queimam a Amazônia.

Nessas eleições e nas lutas, é urgente que seja apontada uma saída independente, da classe trabalhadora, dos setores oprimidos e do povo pobre. Para que os capitalistas paguem pela crise e para que avancemos numa perspectiva de botar um fim a esse sistema de exploração e opressão.

Leia mais: 5 pontos para uma política de independência de classe diante da diluição do PSOL com Alckmin e Marina Silva

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