20% da população adulta utiliza aplicativos para trabalhar, significando cerca de 32,4 milhões de brasileiros, aumento de 7% em relação à fevereiro de 2020, antes da pandemia.
segunda-feira 12 de abril de 2021 | Edição do dia
Imagem: Roberto Parizotti
Entre o auxílio emergencial de apenas R$150 e a linha da pobreza que triplica no Brasil, os brasileiros que precisaram encontrar fonte de renda nos aplicativos são 32,4 milhões- 20% da população adulta e 7% a mais do que antes da pandemia.
Segundo pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva com o Estadão, 28% dessa parcela recorreram ao uso de aplicativos para se comunicar com os clientes, como Facebook e Whatsapp; 26% para entregar seus produtos, como Mercado Livre e Magazine Luiza; e 14% em aplicativos de entrega como Rappi, iFood e Uber Eats. Além disso, trabalhadores que encontram renda em aplicativos como Uber e 99 são 28% do total.
Os aplicativos ganham protagonismo em tempos de pandemia devido às altas taxas de desemprego, e 16% dos entrevistados retiram a sua renda unicamente dos aplicativos, enquanto 15% retiram pelo menos metade.
Essas mesmas empresas, entretanto, são responsáveis pela exploração desmedida dos trabalhadores, com trabalho intermitente, sem segurança e jornadas que excedem 8 horas.
Os aplicativos se tornam os maiores empregadores do Brasil e não garantem os direitos básicos enquanto enriquecem os seus proprietários às custas das vidas trabalhadoras. Com a pandemia, os trabalhadores de aplicativo são essenciais e não pararam de trabalhar, mas mesmo assim são esquecidos nos planos de vacinação.
É preciso seguir exemplos como os motoristas de Uber do Reino Unido e os trabalhadores da Amazon no Alabama que exigem e lutam por direitos e melhores condições de trabalho.
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